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quinta-feira, 3 de março de 2011

Vida de um bandido


Para muitos, bandidos são pessoas que já nasceram com a cabeça torta, aquele pensamento má.
mais eu digo que não, porque muitos desses bandidos já tiveram seus sonhos e seus ideais, uns quiseram ser jogador de futebol, outros em fazer novelas e beijar aquelas atrizes lindas que eles só puderam ver pela televisão, seus sonhos algum dia existiu, mais que acabaram com o completar a idade que para eles teria que trabalhar ou morreriam de fome, muitos tiveram chance de trabalhar em algo legal, mesmo sendo chamados de favelados e menininho do morro.
Só porque ele mora no morro, seus amiguinhos de escola achavam que ele era a sementinha do mal, que não tem futuro a não ser a vida bandida da favela, os estudos para eles podia sim ser mais difícil por não ter condição de comprar um material escolar, como caderno, caneta e lápis, até mesmo um livro que a professora pedia para eles lêem, comprar uma calça e um tênis bonitinho, tinham que compartilhar com seus irmãos de horário oposto, quando um chegava da escola o outro já estava a esperar pelo calçado e da roupa que vinha com seu irmão, mau tinha uma refeição para ir para a escola de barriga cheia.
Sem contar quando aquele jovem do morro tinha que pegar uma condução para ir ao colégio e que muitas vezes os motoristas dos ônibus não paravam ao ver o sinal do estudante, então dia sim e outro também aquele pobre rapaz ia para sua escola atrasado e podendo ainda ir para ter que chegar na porta da escola e não poder entrar e para não ter que chegar em casa antes do horário de saída e ainda levar uma bronca ou até mesmo apanhar de seus pais muitas vezes aquele menino ficava pela rua vagando a  esperar a hora de ir para casa.
De muito ficar andando pela rua, esse menino começou a fazer amizades pela rua e a conhecer pessoas de um mesma idade ou até mesmo mais velhas que usavam de estratégias para puxar aquele garoto que até o momento é inocente.
De muitas vezes, esse menino dormia com fome e ia para a escola com fome, mais me pergunto como um garoto nessas condições ainda ia para a escola todos os dias, será porque tem vontade de aprender, pode ser que sim, mais o que mais motivava esse menino a ir a escola era o sonho de um dia mudar aquela vida que ele levava, ser um homem com um bom salário e poder dar uma vida melhor para sua familia, seus filhos e uma aposentadoria para seus pais que apesar de serem agressivos com ele só queriam que ele pudesse seguir uma vida digna e feliz, diferentes da que tiveram na sua infância não menos pior que a do seus filhos.
Ao passar do tempo aquela criança de 12 anos que já ia para a escola sem a companhia de seus pais, completava seus 16 anos, uma idade e tinha que começar a trabalhar na obra com seu pai e o pior parou de ir para a escola porque as despesas cresceram e o ritmo de trabalho do seu pai já não era o mesmo, esse jovem que a partir de agora irei chamar de Joaquim, um nome avulso sem nenhuma ligação com pessoa algum, passou a conhecer o mundo do crime porque seu irmão mais velho já se virou mais uma vítima do tráfico, Joaquim viu de perto aquele vida “fácil” em que dinheiro vinha rápido as mãos do seu irmão, e também não só isso, vinham namoradas e mais namoradas, isso é umas das coisas que essa vida lhe trás para poder te iludir e te fazer entrar para esse mundo cruel, Joaquim cansa de trabalhar com seu pai e começa a entrar nesse mundo em que tudo vinha fácil, no começo ele entrou com algo conhecido como aviãozinho, e começou a trabalhar para o tráfico, sem seus pais saber claro, com o passar dos meses Joaquim teve sua primeira tristeza, que foi ver seu irmão ser preso durante um operação policial no morro.
Sua mãe chega para ele e diz,
- Joaquim meu filho, sai dessa vida, volta a trabalhar com seu pai, se torne um homem direito.
- Não mãe, não quero passar a vida toda virando massa e sentando tijolos a vida toda – diz Joaquim.
Mal sabia Joaquim que ele não ia poder viver esse tempo todo como se expressava para sua mãe, que seu destino era, ser preso ou morrer na guerra.
Seu irmão foi solto e com isso ganhou uma “moral entre os chefes do morro”, mais que esse seu poderia que acabava de conquistar não iria durar muito, porque ele foi solto para que fosse morto.
Passando algumas semanas Joaquim ganha seu primeiro revolver e com isso é promovido a segurança da boca, (boca é como são chamados as vendas de drogas na favela), com sua arma ele começa a chamar a atenção das meninas e entra também no mundo do sexo, isso para ele foi uma conquista incrível porque podia ter a garota, a roupa, a moto, o carro que quisesse.
Mais aquele tempo de bons acontecimento iria acabar no dia seguinte, esta seria a última noite de Joaquim com sua família, como se pressentisse o pior sua mãe chama Joaquim para jantar com ela e seu pai, naquela noite ele aceitou jantar com sua mãe, mais o motivo ele não conseguia entender, mais foi assim mesmo, estranhando sua decisão, já que não se sentava a mesa com seus pais faziam 2 anos.
Todos sentados na mesa, sem saber que essa seria a última refeição de Joaquim, sua mãe do nada começa a chorar e dizendo olhando nos olhos de Joaquim.
- Meu filho saia dessa vida enquanto a tempo não cometa o mesmo erro de seu irmão.
Então Joaquim fala.
- Mãe, pode ficar tranquila aqui no morro eu sou o rei, sou imortal, igual aquele cara do filme que só morre se arrancar sua cabeça.
Então sem Joaquim esperar, leva uma tapa na cara de sua mãe e com isso sai daquela casa quebrando tudo e dizendo.
-Porra nunca mais irei voltar nesse merda de casa, vocês nunca mais vão me ver.
E sua mãe por mais que doesse disse. – Eu sei filho que você nunca mais irá voltar, estou sentindo isso, nunca mais poderei ver você sorrir como quando era criança. Mais saiba que apesar de tudo eu ainda o amo muito e nunca irei te esquecer, você foi o meu bebê e sempre estará no meu coração.
Com aquelas palavras que saia da boca de sua mãe, Joaquim depois de muito tempo da sinal de que ainda gosta de sua mãe, vendo ela chorar daquele jeito como se tivesse se despedindo de dele, Joaquim diz sem muita novela.
- Bença mãe!
- Deus te abençoe. Diz sua mãe.
E sai aquele jovem rapaz que por sua infância sonhava em ser um cidadão direito e dar uma vida melhor para seus filhos, iria morrer sem mesmo ter a felicidade de criar um filho. Amanhece o dia e tudo no morro está tranquilo. Joaquim estranha aquele silêncio na sua área, mais sem suspeitar deixa tudo isso pra lá e continua tranquilo, sentado de frente para a esquina ele se depara com algo que o deixou sem reação, uma duas dezenas de viaturas da policia entra no morro, o tiroteio começa, e quando menos espera Joaquim vê uma cena que o deixa em choque, seu irmão sendo fuzilado pelos policiais e dizendo Joaquim corre meu irmão, corre, corre sem olhar para trás, mais Joaquim não consegue correr porque aquela cena o deixou sem a atitude de correr, vendo seu irmão sendo praticamente executado ele senta na cadeira de novo e começa a chorar, sua vida toda começa a passar na sua cabeça e os policias se aproximaram dele e dizendo larga a arma, larga a arma, mais como Joaquim estava em choque, sem noção das coisas, teve uma reação, tentar atirar nos policiais, para poder tentar vingar a morte de seu irmão, com isso os policias começaram a atirar em Joaquim, e ao mesmo tempo sua mãe começa a gritar, “Não, não, meu filhinho não.”
Sua mãe sai correndo em direção a rua onde está sendo morto seu filho, e dizendo – Não, não, por favor para de atirar no meu filho – e o abraça com todas as forças dizendo, – Meu filho não morra por favor, não me deixa.
Os policiais rapidamente tiraram aquela senhora dali, deixaram Joaquim no chão, e olhando para sua mãe ele diz: – Mãe eu te amo, me perdoa.
- Claro que eu te perdoou meu filho, mais por favor não me deixa. Diz sua Mãe.
Então Joaquim em seu último ar tosse e cai no chão, morreu aquele menino que sonhava e só vivia sorrindo.
Essa história foi baseada em fatos da realidade de um morador de favela.
Autor: Wellington Ferreira Barbosa

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