No passado a maioria dos casamentos ocorria por pura conveniência, principalmente a financeira; era um acordo entre duas famílias, que se uniam através do matrimônio para garantirem a base de seus negócios. Desta forma, o amor não fazia parte da negociação sendo comum a expressão de que: “o amor vem depois com o tempo”. Isto também foi motivo de várias situações difíceis, principalmente para as pessoas envolvidas quando estas amavam outras pessoas. Me lembro de na minha infância ouvir minha avó dizer que amava muito um rapaz, filho de ricos fazendeiros do interior de São Paulo, sendo por ele correspondida. Dizia ainda que eles pretendiam se casar, mas que isto não foi possível por conta da família ter acertado o casamento dele com uma jovem, também de uma rica família da região. Minha avó teve que aceitar a separação de seu amado, pois nessa época, sua família que possuía muitos bens, se encontrava numa situação financeira muito ruim, por conta de um acidente com o patriarca que fez com que perdessem tudo que tinham. Passado um tempo minha avó se casou com meu avô, que já era seu conhecido, por uma questão de estar se tornando já madura, de não ficar solteira, porém, casou-se sem amor. No ocidente, este costume se encontra ultrapassado, tendo sido substituído pela livre escolha das pessoas em se casarem por amor; porém, em outras partes do mundo, isto ainda existe e se trata de uma questão cultural dos povos e de sociedades, como já foi dito. Não podemos, contudo, dizer que isto se encontra totalmente erradicado aqui no ocidente, pois ele ainda ocorre num sistema não cultural, pois é sustentado numa relação de falso amor entre os cônjuges ou apenas por um deles. São casamentos que envolvem os mesmos interesses financeiros, profissionais, políticos e sociais do passado, apenas que agora é uma escolha direta dos envolvidos e não mais uma imposição familiar. Também existem os interesses emocionais, como medo da solidão, estar ficando velho(a), insegurança de viver sozinho(a), ter o ideal de constituir uma família dentre outros, contudo não envolvendo o amor. O tempo passa e o cenário da vida muda, porém os interesses continuam os mesmos bem como o ser humano. Isto é de fácil observação principalmente quando vemos certos casais que formam composições muito “estranhas” nos levando a pensar que, com certeza, existem interesses por trás daquela relação, sendo até que alguns deles acabam se tornando matéria de reportagens de tão “interessantes” que são. Bem, penso que este assunto tem a ver com a consciência de cada um, sendo de total responsabilidade dos envolvidos a natureza de suas escolhas. Penso ainda que é muito bom podermos ser livres e escolhermos por amor, pois feliz é aquele cujo interesse é amar e ser amado, não havendo nada pior do que viver ao lado de quem não se ama, apenas para garantir algum tipo de interesse. E você, casaria sem ser por amor, apenas por interesse? |
domingo, 5 de junho de 2011
Será que ainda existe casamento por conveniência ao invés de ser por amor?
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