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domingo, 19 de junho de 2011

A visão Masculina Sobre o Casamento

TEXTO: Gênesis 24:63-67
1. INTRODUÇÃO
A visão é de grande importância para a vida em todos os sentidos. Tanto a visão exterior quanto a visão interior, faz com que a vida seja contemplada com mais beleza e precisão.
Também a visão é importante no relacionamento matrimonial.
Qual deve ser a visão do casal que se une pelo matrimônio?
Qual deve ser a visão do esposo e da esposa?
A visão que os cônjuges têm deve focalizar que direção, que horizonte, que prisma?
Estas são questões fundamentais para a vida de vocês.
Ainda sobre a visão, vocês sabiam que a visão humana é a visão mais ampla, mais precisa e mais completa de nosso Planeta? A visão humana é de 180º (graus).
Agora quando o homem corre a uma velocidade de 30 ou 40 quilômetros por hora, esta visão de 180º é reduzida para 90º. Em uma velocidade de 80 a 100 quilômetros por hora, a visão atinge aproximadamente 40º.
Já viram aqueles carros de fórmula 1? Sabiam que eles atingem uma velocidade de 300 KM/Hora? Um piloto de fórmula 1, quando está dentro de seu copit, ele só consegue ver 7º do que está à sua frente.
Por que estou dizendo isso a vocês? Porque o segredo para deslumbrar a felicidade no casamento não é correr. Correr não é o modo certo para ter a visão certa do casamento feliz. Na vida conjugal quanto mais se corre, menos se consegue ver o outro, os sentimentos do outro, as necessidades do outro; quanto mais se corre, menos se consegue ver o que torna o casamento feliz.
Por causa de uma vida agitada, frenética e acelerada muitos casais perdem a capacidade de enxergar-se com os olhos do coração.
2. ISAQUE E REBECA – UMA MARAVILHOSA TROCA DE OLHARES
O casamento de Isaque e Rebeca mostra a importância da visão numa relação conjugal.
Observem que o primeiro contato que eles tiveram foi marcado pela visão que um tem do outro. O texto diz: “Saíra Isaque ao campo à tarde para meditar: e levantando os olhos, viu, e eis que vinham camelos. Rebeca, também levantou os olhos e, vendo a Isaque, saltou do camelo” (v. 63-64).
Nesse primeiro momento tanto Isaque quanto Rebeca enxergaram-se com os olhos humanos. Mas aquele momento mágico teve algo muito mais profundo do que propriamente um simples contato visual. Aconteceram muitas implicações quando eles se olharam. Surgiram ações e reações concretas a partir da visão que tiveram um do outro.
Essa troca sutil de olhares, no primeiro momento de uma relação amorosa e até conjugal, nos ensina que o casamento é essa capacidade de enxergar um ao outro. Enquanto o marido e a mulher forem capazes de ver o outro, existirá casamento. No dia em que eles perderem essa capacidade ficarão cegos e então, o casamento deixará de existir.
Isaque e Rebeca se olharam e a visão de ambos resultou implicações poderosas em seu destino. Quais são as maravilhosas implicações que vocês poderão ter a partir do momento em que começarem a se ver com os olhos do coração?
1) Quando Enxergarem com os Olhos do Coração Haverá um Verdadeiro Encontro
Quando Rebeca levantou os olhos e viu a Isaque, ela pergunta: “Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro?
Rebeca viu uma silhueta no horizonte e Isaque vem ao seu encontro. Seu olhar se focaliza em sua direção. É como se naquele momento os olhos de ambos estivessem fazendo uma aliança. Como se os olhares deles traduzissem toda a intenção de compromisso. Seus olhos não apenas encontraram um ao outro, mas encontraram o desejo de pertencerem um ao outro.
Existe uma lei inexorável dentro da relação conjugal que a história deste casal nos mostra. É mais que uma lei; é uma equação conjugal – Visão = Encontro.
Todas às vezes que sondamos o coração do nosso cônjuge, que buscamos enxergar as profundezas de suas entranhas emocionais, que nos preocupamos em ver o que está por trás da lágrima derramada, do sorriso pálido, do rosto triste, todas às vezes que nos olhamos com os olhos do coração vivemos um real e autêntico encontro.
Muito cuidado com as ilusões no casamento. Muitas situações surgirão para minar esses momentos satisfatórios de encontro. Pode ser o fator tempo, ou o trabalho, ou o lazer, ou até mesmo a criação dos filhos. Embora estas situações sejam naturais na vida, mas elas precisam ser conduzidas adequadamente dentro de uma atmosfera de encontro.
E estes encontros não devem ser apenas superficiais. Ou seja, não me refiro aos encontros que vocês terão à mesa por ocasião das refeições, ou aqueles que se darão no quarto, na cama quando se recolherem para dormir ou passarem momentos íntimos e cheios de prazer, nem muito menos aqueles momentos em que estiverem em público, compromissos sociais, recreação ou lazer. Estes momentos de encontros são importantes, mas não são tudo. Antes deles deve haver o momento para a devoção, o momento para Deus, o momento para a vida espiritual de vocês.
2) Enxergar o Cônjuge com os Olhos do Coração Produzirá Mudança de Posição
Rebeca “soltou do camelo e então tomou o véu e se cobriu”.
A viagem foi longa. Rebeca passou a maior parte do tempo montada no camelo e em uma mesma posição.
Montada sobre o camelo ela possuía uma visão das coisas ao seu redor. Mas algo a fez mudar de posição. A visão que ela teve de Isaque a fez descer do camelo e, com isto, mudar de posição. E mais, ela tomou o véu e se cobriu. Ela assumiu um novo visual, tomou uma nova forma de apresentar-se.
O simples e maravilhoso fato de ver a Isaque provocou em Rebeca mudanças.
Isaque também mudou de lugar quando viu Rebeca; desceu do camelo e foi ao encontro dela; percorreu a distância que os separava para encontra-la face a face.
Esta mudança de posição e uma lei conjugal à qual todos os casais da Terra estão submetidos: quando vemos de verdade o nosso cônjuge mudamos de posição.
Vocês estão dispostos a mudar? Estão preparados para mudar? Veja bem eu não estou me referindo aqui a mudança de personalidade. Estou me referindo a mudança de posição, de atitudes.
No casamento não mudamos apenas quando olhamos para nós, mas a visão do outro provoca em nós mudanças que necessitamos. Ninguém pode ser bom somente olhando para si. É a visão do outro que nos faz mudar de atitude.
Esta mudança não é unilateral, e muito menos promovida por um ato de imposição. O cônjuge não deve mudar sozinho e nem deve ser obrigado a fazer isso. Esta mudança é recíproca e deve ser voluntária. Ela deve ser motivada pelo amor que um sente pelo outro.
3) Enxergar o Cônjuge com os Olhos do Coração Produzirá Intimidade na Relação do Casal.
“...[Isaque] trouxe Rebeca para a tenda de Sara, sua mãe; tomou-a e ela lhe foi por mulher; e ele a amou...”
Após o encontro e as mudanças de posição, o olhar do coração conduziu Isaque e Rebeca à intimidade. O casal foi à tenda da mãe de Isaque e ali se conheceram. Viveram a experiência de profunda intimidade que se obtém quando dois corpos se completam.
Esta é a lógica da intimidade: somente podemos tê-la no casamento quando de fato enxergarmos um ao outro com os olhos do coração. Sim! Com os olhos do coração, pois o que é a intimidade senão o encontro de íntimos, de interiores, de partes do nosso ser que somente nós conhecemos?
A intimidade do coração só acontece quando os segredos do coração e os mistérios da alma são percebidos pelo olhar. Se o nosso coração estiver cego para o que se passa dentro da alma do nosso cônjuge então não haverá intimidade.
É no dia-a-dia de um casamento onde se percebe as nuances e sutilezas da alma de um ser humano. Mas também é no casamento onde duas pessoas podem viver o paradoxo da existência, o de estearem sempre juntas fisicamente, mas sempre separadas emocionalmente.
Quando o meu cônjuge é alguém em quem eu ainda encontro absoluta abertura para partilhar os mais íntimos segredos então a intimidade conjugal está em um bom nível. Todavia, quando cada vez mais me distancio daquele\daquela com quem estou casado e não encontro abertura, estímulo e nem liberdade para falar do que se passa no meu coração, então não existe intimidade.
A intimidade no casamento somente será possível à medida em que os cônjuges entenderem sua relação conjugal na perspectiva de uma aliança, de um pacto. Toda aliança exige uma doação de ambas as partes. Quando ambos estão dispostos a doar e compartilhar, as dores, as aflições, as alegrias, os sonhos, os projetos, enfim, tudo quanto habita o íntimo, então a relação conjugal será uma aliança de intimidade.
Isaque e Rebeca viveram não apenas uma intimidade física, mas também viveram uma intimidade emocional. Eles não apenas se tornaram uma só carne, mas se tornara um só coração. E o mais importante disso tudo foi a capacidade de ver, o poder de visão que ambos tiveram da vida de um do outro.
3. CONCLUSÃO
Eu Comecei o sermão falando que a visão do homem têm 180º. Humanamente, esta é a visão mais precisa. Mas a visão mais perfeita de todo o Universo é a visão de Deus. Ela têm 360º. Ela abarca todos os horizontes, todos os cantos, todos os lugares de nossa vida.
Esta visão de Deus é descrita num texto das Sagradas Escrituras: São Lucas 19:10 – “Por que o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. Quando olha para este mundo, Deus o vê com amor.
Esta visão de Deus se torna um desafio ao meu casamento. É com amor que vocês devem se ver em cada situação da vida matrimonial.
Deus não tem apenas capacidade de nos ver com amor e de nos amar de fato, mas Ele também pode nos fazer ver o companheiro com amor e amá-lo de verdade.
A visão de Deus é tridimensional e ela converge para a visão do homem, procurando dar mais luz e definição acerca da vida. Deus não deseja nos deixar cegos quanto ao nosso projeto de vida conjugal. Estejam sob a visão de Deus e vocês conseguirão se ver com os olhos do coração!
Sempre me intrigou a expressão bíblica que diz: “quem tem ouvidos para ouvir ouça”. Ninguém precisa dizer aos meus ouvidos que eles existem para ouvir, não é verdade? Mas acontece que há muita gente com ouvido somente no corpo mas não no coração. Gente capaz de escutar mas sem ouvir. Gente que não consegue captar a essência das coisas. Por isso que Jesus nos alerta sempre que os nosso ouvidos existem para ouvir.
Neste momento tão significativo para vocês, não poderia deixar de parafrasear aa palavras de Jesus, e dizer-lhes: “quem tem olhos para ver veja”.
Veja com os olhos do coração as carências, as dores, os sonhos, as dúvidas, os desejos, os afetos, os medos, os complexos, as amarguras, as cicatrizes emocionais daquele e daquela com quem você está casando.
Veja com os olhos do coração aquele a quem você vai ver todos os dias com os olhos físicos. Pois um outro coração somente pode ser visto pelo olhar que brota do fundo do seu coração. 

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