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segunda-feira, 6 de junho de 2011

7 idéias totalmente novas sobre o amor

1. Idealize o seu par

O senso comum reza que não se pode fazer isso, pois o risco de decepção é alto. Mas uma dose de idealização é desejável, afirma o terapeuta sexual Gerson Lopes, da Academia Internacional de Sexologia Médica. Ninguém está falando de uma fantasia completa sobre o outro, descolada da realidade. Mas tentar fazer uma avaliação objetiva do parceiro é uma forma de se proteger da paixão.” O terapeuta acredita que é vital um pouco de poesia e deslumbramento, que implicam algum grau de idealização, para que a relação se prolongue o tempo necessário à criação de vínculos – um processo que, aí sim, passa pela aceitação da pessoa real naquela em que se projetou o amor ideal.

2. Pratique a solidão solidária

Engana-se quem acredita que a solidão e o amor estão em pólos opostos. “Na dose certa, a solidão é extremamente reforçadora do amor”, diz o terapeuta sexual Gerson Lopes. Isso porque a conservação da individualidade em um relacionamento não é obtida apenas no mundo exterior – em atividades que você faz sem o parceiro, mas não sozinha, como os compromissos profissionais ou o lazer com as amigas. São fundamentais os momentos de interiorização e recolhimento, que Lopes chama de solidão solidária. Ela não nos isola do outro, mas, sim, abre espaço para uma melhor compreensão dele com base em um maior autoconhecimento. É solidária também porque permite entender a necessidade de recolhimento do outro. A solidão rompe com o grude e a simbiose – ajuda a lembrar que existe um homem e uma mulher e que eles não são “um só”, e sim dois. É isso que alimenta o desejo do encontro.

3. Aceite que vocês dois não se entendem só com um olhar

Infelizmente, esse código – supostamente de efeito imediato – funciona mais como forma de corroer os relacionamentos do que como prova de empatia, acredita o psicanalista Gley P. Costa, autor de O AMOR E SEUS LABIRINTOS (ED. ARTMED). “É importante captar o estado de humor de outra pessoa por suas expressões não-verbais, mas, se o casal ficar apenas nisso, terá um tipo de comunicação infantil. O modelo adulto de relacionamento significa fazer um esforço para verbalizar os sentimentos. Normalmente, o que gera mais conflito não é o que foi verbalizado, mas o que não é falado e que se supõe que foi comunicado”, diz o psicanalista. Convém lembrar que comunicação verbal não é apenas falar mas também ouvir. Isso é uma demonstração de acolhimento tanto quanto um abraço. E quem quer ser ouvido deve ter em mente que verbalizar os próprios sentimentos não significa acusar o parceiro por eles, tentando provar que a “culpa” é dele. Procure falar sobre uma dor ou um problema na primeira pessoa explicitando como uma situação a afeta. Por exemplo: “Estou insegura, sinto dificuldade de confiar em você” é um modo de convidar para o diálogo. Enquanto a frase Você sempre mente” é um chamado para a briga.


4. Faça sempre um checkup da relação

Assim como consultas e exames médicos de rotina garantem a saúde física, o check-up regular do relacionamento pode ajudar a mantê-lo, defende James V. Córdova, diretor de treinamento clínico do departamento de psicologia da Clark University, nos Estados Unidos, em entrevista a CLAUDIA. Córdova desenvolveu um check-up do casamento que já está sendo chamado de “vacina contra o divórcio”. O exame completo foi idealizado para ser aplicado por psicólogos, mas uma versão resumida pode e deve ser feita pelo próprio casal. O especialista recomenda um auto-exame anual, em que os dois parceiros respondem, individualmente, a três questões: A “Ele (ou ela) sente-se seguro comigo, mesmo quando está emocionalmente vulnerável?”; B “Meu parceiro sente que é aceito/acolhido?”; C “Quando sinto o mundo ruir à minha volta, posso contar com o apoio sem censura de meu parceiro?” A resposta negativa a pelo menos uma dessas questões significa que a saúde do relacionamento não vai bem. Isso pode doer, mas também permite detectar precocemente onde está o problema. Se a idéia é permanecer junto, o casal terá que cuidar melhor do amor, esse “paciente” instável, que pode melhorar ou morrer, dependendo de como for tratado.

5. Perca seu tempo

Esqueça os modernos conceitos de otimização da agenda e evite tratar o amor como se fosse mais uma atividade a ser cumprida. É verdade que algumas idéias do mundo do trabalho podem ajudar na vida a dois – se você consegue organizar mais o seu dia, sobram horas extras para o romance. Só que não dá para “profissionalizar” a vida amorosa, o que pode se tornar fonte de stress, quando o gostoso é exatamente relaxar a dois. Uma coisa é combinar um cinema; outra é fazer um minucioso plano de metas a cada vez que ficarem juntos. Até porque o tempo do amor não é o mesmo do relógio. “Uma relação não é só compromisso mas também alegria. É preciso deixar espaço para o improviso, a espontaneidade, aí cada encontro é uma oportunidade de cultivar a intimidade”, diz o psicanalista Gley P. Costa.

6. Crie a sua gaveta de segredos

Ser leal e tornar-se íntima de um homem não é sinônimo de revelar tudo a ele. Para o terapeuta Gerson Lopes, os casais de hoje vivem um paradoxo: de um lado, há pouco tempo para os momentos íntimos e, de outro, a intimidade é exposta sem limites. “É o caso de ir ao banheiro com a porta aberta. Parece uma bobagem, mas são essas pequenas coisas que banalizam a relação, matam o mistério. E, como dizia Freud, para a sexualidade se expressar é necessário certa dose de mistério.” Para o psicanalista Gley P. Costa, a regra de ouro é ter pelo menos uma gaveta de segredos, que você não vai (nem precisa) abrir para ele. Ou seja, nada de contar detalhes sobre todos os seus ex ou o que foi conversado naquele jantar só de mulheres.

7. Falte no almoço em família

O psicanalista Gley P. Costa tem observado, em sua experiência clínica, que uma das grandes dificuldades dos adultos hoje é separar-se da família de origem e passar da condição de filho/filha à de marido/mulher. Ele afirma que, para um relacionamento dar certo, é preciso que o casal se “separe” de seus pais e irmãos. Claro que isso não significa abandonar ou desconsiderar as famílias envolvidas. O que o psicanalista sugere é a criação de limites para a convivência, de comum acordo com os dois parceiros. Pode parecer antipático não aceitar tradições familiares, como o almoço todos os domingos, mas esse tipo de obrigação tem que ser negociado. Se o casal sente dificuldade de recusar os convites familiares ou de proteger a vida a dois de eventuais interferências, vale criar artifícios como programar viagens nos fins de semana – que também funcionam como combustível para o amor. A questão não é tentar convencer os familiares, pela conversa, da importância (óbvia) de um casal ter vida própria – mas vivenciá-la, na prática, marcando um território independente, que inclui os espaços físicos e emocionais. Se o pai de um ou a sogra do outro não aceita essa situação, o problema é deles, não do casal.

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