Silvio Santos oferece SBT e Baú como garantia para empréstimo de R$ 2,5 bi
O empresário Silvio Santos deu como garantia para obter empréstimo praticamente todo seu patrimônio empresarial. Para conseguir os R$ 2,5 bilhões do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), entraram 44 empresas subordinadas à holding SS Participações, entre elas o SBT, sua participação no banco PanAmericano, a Jequiti, a Liderança Capitalização e o Baú da Felicidade.O valor contábil de todas as empresas é de R$ 2,7 bilhões.
O empréstimo foi feito para salvar o PanAmericano, após fraude que causou prejuízo de R$ 2,5 bilhões.
A modelagem se deu por meio de emissão de debêntures privadas (titulo de empresa que rende juros) por parte da holding, obrigada a mudar seu status de "Limitada" para "S/A".
O grupo Silvio Santos terá dez anos para pagar o empréstimo. Ele terá, no entanto, três anos de carência, até iniciar o primeiro pagamento semestral.
O empréstimo não terá juros, apenas correção pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado).
Segundo o presidente do conselho do FGC, Gabriel Jorge Ferreira, o empresário Silvio Santos se dispôs a vender todas essas empresas se for preciso para saldar o empréstimo.
"Nunca vi um empresário fazer isso. Se colocar nessa situação", afirmou Ferreira.
O FGC foi criado em 1995 para ressarcir os depositantes em caso de quebra de bancos. Em 2005, o fundo passou também a comprar carteiras de instituições com problemas de liquidez, papel que, depois, assumiu durante a crise de 2008. O socorro, por meio de empréstimo, é inédito na história do FGC. Ferreira justificou a operação afirmando que, se o fundo tivesse de bancar os compromissos dos depositantes, teria um desembolso de R$ 2,3 bilhões.
Segundo Ferreira, se não emprestasse o dinheiro, o banco sofreria intervenção e posterior liquidação. Nesse caso, teria de cobrir R$ 2,3 bilhões para os segurados.
Com a operação, além de manter o banco funcionando, o FGC tem agora um ativo de R$ 2,5 bilhões que serão pagos corrigidos pela inflação.
O Banco Central aprovou nesta quarta-feira os nomes da nova diretoria do Banco PanAmericano, após a descoberta de uma fraude de R$ 2,5 bilhões na contabilidade da instituição financeira. Também foi aberto um processo para investigar se houve crime e quem foram os beneficiados com a operação irregular.
A entidade é controlada pelo Grupo Silvio Santos e tem como sócia, desde o ano passado, a Caixa Econômica Federal.
O BC descobriu que o PanAmericano vendeu carteiras de crédito para outras instituições financeiras, mas continuou contabilizando esses recursos como parte do seu patrimônio. O problema foi detectado há poucos meses e houve uma negociação para evitar a quebra da instituição, já que o rombo era bilionário.
Foi aberto um processo de investigação para apurar se há indício de crime, com base na Lei do Colarinho Branco. Os responsáveis pelo problema também podem ser punidos pelo BC administrativamente.
Não está descartada possibilidade de que o erro na contabilidade tenha sido cometido deliberadamente, com objetivo de favorecer os responsáveis com o pagamento de dividendos e bônus por desempenho.
DIRETORIA
Ontem, no mesmo comunicado sobre o aporte, o banco informou que o conselho de administração elegeu uma nova diretoria. Celso Antunes da Costa é o novo diretor superintendente do banco. Em 2009, ele assumiu a diretoria de gestão da integração da Nossa Caixa com o Banco do Brasil. Costa já participou de outros quatro processos de integração, como ex-diretor do Banco Real.
ENTENDA
O PanAmericano atua, principalmente, em operações de crédito consignado e veículos. Os recursos para empréstimos não vem de depósitos feitos por correntistas, mas da venda dessas carteiras de crédito para grandes bancos.
O banco havia vendido carteiras de crédito para cerca de dez grandes instituições bancárias, mas não havia contabilizado parte dessas operações no seu balanço. Ou seja, vendeu um bem, usou o dinheiro, mas continuou contabilizando esse bem no seu patrimônio.
O Banco Central detectou há poucos meses que as informações prestadas pelos bancos compradores não batiam com o divulgado pelo Panamericano. Em determinado ponto da investigação, o banco admitiu os problemas na contabilidade.
SOCORRO
Chamado pelo BC, o controlador do Panamericano (Grupo Silvio Santos) informou que não sabia do problema até então. Disse que estava disposto a cobrir o prejuízo sozinho e que já estava em negociações com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para obter os recursos.
O FGC é um fundo administrado pelos bancos brasileiros para cobrir perdas de correntistas em caso de quebra de alguma instituição.
Fechada a negociação, o socorro foi anunciado ontem pelo PanAmericano. O Grupo Silvio Santos obteve R$ 2,5 bilhões para cobrir o rombo no banco e deu parte do seu patrimônio como garantia.
Não houve aporte de dinheiro público. A Caixa Econômica Federal, que comprou parte do PanAmericano há quase um ano, não terá de arcar com o prejuízo. O BC diz que não havia detectado ainda o problema quando aprovou essa compra.
INVESTIGAÇÃO
O BC estima que a perda para o FGC seria praticamente a mesma se o banco quebrasse. Além disso, haveria risco de pânico em relação à situação de outras instituições financeiras.
Nesses levantamentos, o BC não detectou irregularidades desse tipo em outras instituições.
Enquanto um monte de gente financia e não paga, o cara honra as calças e empenha tudo que tem pra pagar as dividas...
ResponderExcluirputa de um homem de negócios e honesto. com um banco falido, de vez larga e manda todo mundo se fude como mts empresarios fariam, resolveu colocar todas as suas empresas, trabalho de uma vida toda pra não lesar pessoas.
com certeza já já ele paga isso