O que é bullying?
Atos agressivos físicos ou verbais só são evitados com a união de diretores, professores, alunos e famílias
Bullying é uma situação que se caracteriza por atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva por parte de um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo inglês refere-se ao verbo "ameaçar, intimidar".
Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas. E, não adianta, todo ambiente escolar pode ter esse problema. "A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência", diz o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que estuda o problema há nove anos.
Segundo o médico, o papel da escola começa em admitir que é um local passível de bullying, informar professores e alunos sobre o que é e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática - prevenir é o melhor remédio. O papel dos professores também é fundamental. "Há uma série de atividades que podem ser feitas em sala de aula para falar desse problema com os alunos. Pode ser tema de redação, de pesquisa, teatro etc. É só usar a criatividade para tratar do assunto", diz.
O papel do professor também passa por identificar os atores do bullying - agressores e vítimas. "O agressor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar onde tudo se revolve pela violência verbal ou física e ele reproduz o que vê no ambiente escolar", explica o especialista. Já a vítima costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. "Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir", afirma Lauro. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno reage, a tendência é que a provocação cesse.
Claro que não se pode banir as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. O que a escola precisa é distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. "Isso não é tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado assim?", orienta o médico. Ao perceber o bullying, o professor deve corrigir o aluno. E em casos de violência física, a escola deve tomar as medidas devidas, sempre envolvendo os pais.
O médico pediatra lembra que só a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um agressor. "A tendência é que ele seja assim por toda a vida a menos que seja tratado", diz. Uma das peças fundamentais é que este jovem tenha exemplos a seguir de pessoas que não resolvam as situações com violência - e quem melhor que o professor para isso? No entanto, o mestre não pode tomar toda a responsabilidade para si. "Bullying só se resolve com o envolvimento de toda a escola - direção, docentes e alunos - e a família", afirma o pediatra.
Bullying é uma situação que se caracteriza por atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva por parte de um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo inglês refere-se ao verbo "ameaçar, intimidar".
Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas. E, não adianta, todo ambiente escolar pode ter esse problema. "A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência", diz o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que estuda o problema há nove anos.
Segundo o médico, o papel da escola começa em admitir que é um local passível de bullying, informar professores e alunos sobre o que é e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática - prevenir é o melhor remédio. O papel dos professores também é fundamental. "Há uma série de atividades que podem ser feitas em sala de aula para falar desse problema com os alunos. Pode ser tema de redação, de pesquisa, teatro etc. É só usar a criatividade para tratar do assunto", diz.
O papel do professor também passa por identificar os atores do bullying - agressores e vítimas. "O agressor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar onde tudo se revolve pela violência verbal ou física e ele reproduz o que vê no ambiente escolar", explica o especialista. Já a vítima costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. "Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir", afirma Lauro. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno reage, a tendência é que a provocação cesse.
Claro que não se pode banir as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. O que a escola precisa é distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. "Isso não é tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado assim?", orienta o médico. Ao perceber o bullying, o professor deve corrigir o aluno. E em casos de violência física, a escola deve tomar as medidas devidas, sempre envolvendo os pais.
O médico pediatra lembra que só a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um agressor. "A tendência é que ele seja assim por toda a vida a menos que seja tratado", diz. Uma das peças fundamentais é que este jovem tenha exemplos a seguir de pessoas que não resolvam as situações com violência - e quem melhor que o professor para isso? No entanto, o mestre não pode tomar toda a responsabilidade para si. "Bullying só se resolve com o envolvimento de toda a escola - direção, docentes e alunos - e a família", afirma o pediatra.
Existem dois tipos de Bullying, o direto e o indireto que também pode ser chamado de agressão social. O Bullying direto é quando o agressor ataca a vítima diretamente, com agressões verbais e ou físicas e é mais comum que seja cometido por pessoas do sexo masculino. Já o Bullying indireto é quando um grupo exclui um indivíduo do meio social e é mais comum com pessoas do sexo feminino e crianças. O Bullying indireto ocorre da seguinte forma, espalham-se comentários maldosos a respeito da vítima, as pessoas se recusam a conviver com ela, há intimidação quando alguém resolve se aproximar dela e criticam a vítima em relação ao modo de se vestir, classe social, etnia, religião, orientação sexual, etc.
Características dos Bullies
Os bullies, denominação usada para se referir aos que cometem o Bullyng, costumam ser pessoas autoritárias, que sentem necessidade em dominar e controlar as pessoas, tem preconceitos e dificuldades em se relacionar com as pessoas. E também muitas vezes o Bullying é praticado por pessoas que sentem inveja ou tem algum tipo de ressentimento. Uma situação em que o Bullyng é comumente praticado é quando um aluno se sobressai na escola com boas notas, e os outros que tem mais dificuldade passam a insultá-lo com apelidos como “nerd”, “CDF”, e até a intimidá-lo com agressões físicas. Essa situação comprova que a prática do Bullying pode sim ocorrer quando há inveja e ressentimento. Pois o bullie deseja ser tão inteligente quando à vítima e isso causa nele um sentimento de revolta.As Condenações
Atualmente a mídia tem divulgado muito a respeito de Bullying, o que fez com que as autoridades fiquem atentas quanto á sua prática. E com toda essa divulgação, as vítimas estão sendo orientadas a denunciarem a violência quem vêm sofrendo, seja na escola, vizinhança, trabalho ou qualquer outro meio onde haja interação entre seres humanos. No Brasil, os pais de um aluno de uma escola particular de Belo Horizonte foram obrigados a pagar uma indenização de 8 mil reais a uma menina de 15 anos que vinha sofrendo da violência pelo seu filho. A menina fazia parte do grupo dos excluídos da turma por ser considerada feia. O Bullying deve ser denunciado, e os pais devem estar sempre atentos quanto o comportamento de seus filhos, pois eles podem estar sendo vítimas ou praticando atos de violência.Dificuldade de resolver problemas torna jovem mais propenso ao bullying
Intimidador tem baixa estima, costuma ter atitudes negativas contra os outros e é mau aluno.
Meninos adotam mais o comportamento agressivo do que as meninas
Crianças e adolescentes que apresentam dificuldade de resolver problemas e de se relacionarem socialmente correm mais risco de se tornarem pessoas agressivas ou se tornarem vítimas deste tipo de agressão mundialmente conhecida como bullying. E este risco aumenta quando estão com problemas na escola, segundo uma pesquisa publicada pela American Psychological Association.
Estes três grupos apresentam características semelhantes e ao mesmo tempo particularidades que ajudaram os pesquisadores da Universidade de Lousiana a chegarem a essa conclusão, segundo o autor do estudo, Clayton Cook.
- O objetivo do estudo é desenvolver estratégias de prevenção e intervenção para conter com esse ciclo de intimidação.
Outro aspecto do estudo diz que meninos costumam ter este perfil agressivo mais do que as meninas e tanto os intimidadores quanto suas vítimas têm pouca habilidade de resolver conflitos sociais. E, segundo a pesquisa, o fraco desempenho escolar pode prever quem vai ter esse comportamento.
- Ele ou ela normalmente têm atitudes negativas sobre os outros, sentem-se mal em relação a si próprio, vêm de um ambiente familiar caracterizado por conflitos e pobreza, percebem a escola como um lugar ruim e são influenciados negativamente por pessoas próximas.
O diferencial da pesquisa, entretanto, mostra que a própria vítima destes intimidadores também tem atitudes negativas, problemas de interação social, dificuldades de resolver problemas, baixo desempenho acadêmico e não é apenas rejeitado e isolado por pessoas próximas, mas também é influenciado negativamente pelos colegas com quem ele ou ela interage, de acordo com o estudo.
Até a idade do jovem pode influenciar nesta atitude. Segundo o autor do estudo, o intimidador quando jovem costuma ser mais desafiador, agressivo e perturbado, enquanto que quando mais velho mostra-se mais deprimido e ansioso. Ainda no caso do mais velho, ele se incomoda mais do que o jovem em ser rejeitado e por ser impopular. Ao passo que as vítimas do bullying com idade mais avançada sofrem mais de depressão e ansiedade do que as vítimas mais jovens.
Crianças e adolescentes que apresentam dificuldade de resolver problemas e de se relacionarem socialmente correm mais risco de se tornarem pessoas agressivas ou se tornarem vítimas deste tipo de agressão mundialmente conhecida como bullying. E este risco aumenta quando estão com problemas na escola, segundo uma pesquisa publicada pela American Psychological Association.
Estes três grupos apresentam características semelhantes e ao mesmo tempo particularidades que ajudaram os pesquisadores da Universidade de Lousiana a chegarem a essa conclusão, segundo o autor do estudo, Clayton Cook.
- O objetivo do estudo é desenvolver estratégias de prevenção e intervenção para conter com esse ciclo de intimidação.
Outro aspecto do estudo diz que meninos costumam ter este perfil agressivo mais do que as meninas e tanto os intimidadores quanto suas vítimas têm pouca habilidade de resolver conflitos sociais. E, segundo a pesquisa, o fraco desempenho escolar pode prever quem vai ter esse comportamento.
- Ele ou ela normalmente têm atitudes negativas sobre os outros, sentem-se mal em relação a si próprio, vêm de um ambiente familiar caracterizado por conflitos e pobreza, percebem a escola como um lugar ruim e são influenciados negativamente por pessoas próximas.
O diferencial da pesquisa, entretanto, mostra que a própria vítima destes intimidadores também tem atitudes negativas, problemas de interação social, dificuldades de resolver problemas, baixo desempenho acadêmico e não é apenas rejeitado e isolado por pessoas próximas, mas também é influenciado negativamente pelos colegas com quem ele ou ela interage, de acordo com o estudo.
Até a idade do jovem pode influenciar nesta atitude. Segundo o autor do estudo, o intimidador quando jovem costuma ser mais desafiador, agressivo e perturbado, enquanto que quando mais velho mostra-se mais deprimido e ansioso. Ainda no caso do mais velho, ele se incomoda mais do que o jovem em ser rejeitado e por ser impopular. Ao passo que as vítimas do bullying com idade mais avançada sofrem mais de depressão e ansiedade do que as vítimas mais jovens.
Violência além dos muros
D. mostra o braço atingido por estudante de 16 anos em Oswaldo Cruz
Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Menino de 12 anos, perseguido por ser calouro, é agredido com um porrete a 150 metros da escola
Rio - Vítima de bullying — agressões verbais e psicológicas repetidas vezes, sem motivação evidente —, D., 12 anos, aluno do 6º ano de escola municipal em Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio, foi espancado a golpes de porrete por um estudante do 8º ano, 16 anos, na manhã de segunda-feira.
Por causa das pancadas nas costas, braço esquerdo, orelha direita e cabeça, o menino vomitou e sofreu tonturas por mais de quatro horas. Ontem, fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML).
O suspeito das agressões vai depor hoje na 30ª DP (Marechal Hermes), onde o caso foi registrado como lesão corporal. A pancadaria ocorreu às 11h15, a 150 metros do colégio.
“Se as pessoas não interferem e tomam o porrete, acho que meu filho teria morrido ali”, alertou o pai do menino, 56.
“Enquanto um me batia, outros quatro mandavam ele bater ainda mais”, revelou D. “Eles vieram por trás, puxaram minha mochila, por isso o empurrei para me soltar. Foi quando ele pegou o porrete”.
Desde que entrou para a escola, em fevereiro, D. sofre por ser um dos calouros. Há dois meses, o pai pediu à direção que o transferisse para o turno da manhã. “Briguei com um garoto que não parava de dar tapa no meu rosto”, disse D.
“Cercamos ele de carinho, por isso não admitimos que seja vítima de violência, ainda mais no ambiente escolar”, ressaltou a mãe, 50, que tem outros três filhos.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação reafirmou que o fato ocorreu fora das dependências da escola. “Ao tomar conhecimento do ocorrido, a direção encaminhou os estudantes de volta à escola e convocou os responsáveis para reunião. O aluno do 8º ano, acusado de agressão, mora com a avó e, de acordo com ela, será providenciada a sua transferência, pois ele voltou a viver com os pais na cidade de Araruama”.
Escola deve prevenir o bullying, diz pediatra
O pediatra Lauro Monteiro Filho, especialista em bullying, disse que o problema deve ser prevenido e combatido pela escola.
“Prevenir e combater o bullying é responsabilidade de toda a instituição e envolve funcionários, professores, diretoria, alunos e pais”.
O médico também dá uma dica sobre como enfrentar este drama recorrente.
“Não se resolve o bullying escolar na polícia ou na Justiça, que são as últimas instâncias a serem procuradas, se todo o resto falhou”.
No Rio de Janeiro, o combate ao bullying está previsto na lei 5.089, sancionada pelo prefeito Eduardo Paes em outubro de 2009. O texto destaca que as unidades de ensino devem incluir ações antibullying nos projetos pedagógicos.
Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Menino de 12 anos, perseguido por ser calouro, é agredido com um porrete a 150 metros da escola
Rio - Vítima de bullying — agressões verbais e psicológicas repetidas vezes, sem motivação evidente —, D., 12 anos, aluno do 6º ano de escola municipal em Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio, foi espancado a golpes de porrete por um estudante do 8º ano, 16 anos, na manhã de segunda-feira.
Por causa das pancadas nas costas, braço esquerdo, orelha direita e cabeça, o menino vomitou e sofreu tonturas por mais de quatro horas. Ontem, fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML).
O suspeito das agressões vai depor hoje na 30ª DP (Marechal Hermes), onde o caso foi registrado como lesão corporal. A pancadaria ocorreu às 11h15, a 150 metros do colégio.
“Se as pessoas não interferem e tomam o porrete, acho que meu filho teria morrido ali”, alertou o pai do menino, 56.
“Enquanto um me batia, outros quatro mandavam ele bater ainda mais”, revelou D. “Eles vieram por trás, puxaram minha mochila, por isso o empurrei para me soltar. Foi quando ele pegou o porrete”.
Desde que entrou para a escola, em fevereiro, D. sofre por ser um dos calouros. Há dois meses, o pai pediu à direção que o transferisse para o turno da manhã. “Briguei com um garoto que não parava de dar tapa no meu rosto”, disse D.
“Cercamos ele de carinho, por isso não admitimos que seja vítima de violência, ainda mais no ambiente escolar”, ressaltou a mãe, 50, que tem outros três filhos.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação reafirmou que o fato ocorreu fora das dependências da escola. “Ao tomar conhecimento do ocorrido, a direção encaminhou os estudantes de volta à escola e convocou os responsáveis para reunião. O aluno do 8º ano, acusado de agressão, mora com a avó e, de acordo com ela, será providenciada a sua transferência, pois ele voltou a viver com os pais na cidade de Araruama”.
Escola deve prevenir o bullying, diz pediatra
O pediatra Lauro Monteiro Filho, especialista em bullying, disse que o problema deve ser prevenido e combatido pela escola.
“Prevenir e combater o bullying é responsabilidade de toda a instituição e envolve funcionários, professores, diretoria, alunos e pais”.
O médico também dá uma dica sobre como enfrentar este drama recorrente.
“Não se resolve o bullying escolar na polícia ou na Justiça, que são as últimas instâncias a serem procuradas, se todo o resto falhou”.
No Rio de Janeiro, o combate ao bullying está previsto na lei 5.089, sancionada pelo prefeito Eduardo Paes em outubro de 2009. O texto destaca que as unidades de ensino devem incluir ações antibullying nos projetos pedagógicos.
Psicóloga dá dicas para os pais lidarem com o cyberbullying, violência que ocorre contra as crianças no mundo virtual
LONDRES - Preocupados com um problema que vem crescendo no mundo inteiro, o cyberbullying - quando uma criança ou adolescente sofre algum tipo de violência intencional via algum meio virtual, repetidas vezes, por ser, de alguma maneira, menos poderoso que seus agressores - leitores do New York Times mandaram perguntas para Elizabeth K. Englander, professora de Psicologia e diretora do Centro de Redução de Agressões de Massachusetts, em Bridgewater State College, sobre como ajudar seus filhos. As respostas, a maioria no sentido de os pais monitorarem de perto o que acontece no mundo virtual dos filhos, abre diversas polêmicas sobre como a educação deve permear o dia a dia das crianças neste mundo inevitavelmente - e não necessariamente para o lado ruim - mais tecnológico. Confira as respostas da especialista.
" É importante perceber a diferença entre carregar um celular que permita ligar para a mãe e o pai e ter um computador em miniatura - que pode navegar na web e receber e enviar fotos e textos "
Leitora: Como posso preparar a minha filha para o cyberbullying, já que ela passa horas em frente ao computador e tem o seu próprio celular?
Elizabeth K. Englander: O ideal é falar sobre o problema antes que ele aconteça de fato. Pergunte aos seus filhos sobre o cyberbullying, se já ouviram falar, se conhecem alguma criança que tenha enfrentado o problema. Contem a eles o que vocês sabem sobre cyberbullying. Algumas orientações são dadas no site da instituição (em inglês, pelo endereço www.MARCcenter.org ). Outro ponto que gostaria de falar é que a idade mínima para ter uma conta no Facebook é de 14 anos. Sei que muitas crianças falsificam suas idades e acho que dar essa permissão a elas é enfatizar o não cumprimento de regras. Meu método com os meus filhos é dizer a eles que só terão uma conta no Facebook seguindo as regras, e uma delas é não mentir sobre a idade. É claro que muitas abrem suas contas sem os pais nem saberem e mentem sobre suas idades, mas acho que isso é diferente de quebrar uma regra com o consentimento da família.
Leitora: Quando as crianças devem ter a permissão para ter seu próprio celular ou acessar sozinhas os sites de seus interesses? Percebo que eles precisam de uma educação (e os pais também) sobre como se comportarem no mundo virtual. As escolas também têm um importante papel nisso?
Elizabeth K. Englander: É importante perceber a diferença entre carregar um celular que permita ligar para a mãe e o pai e ter um computador em miniatura - que pode navegar na web e receber e enviar fotos e textos. Os pais devem monitorar o que os filhos fazem online ao invés de dar às crianças um aparelho que pode acessar a internet sem nenhuma educação prévia. Pensamos nos celulares como telefones. Mas nossos estudos em Massachusetts mostram que eles só usam o aparelho para ligar em 20% do tempo ou menos.
Acho que o ideal é informar seu filho sobre os riscos do celular, e que você estabeleça com o seu filho um código de confiança em que você espere que ele respeite os outros online e as regras estabelecidas pelos pais. Celulares dados e com as contas pagas por mamãe e papai são um privilégio, não um direito. Como todos os nossos filhos terão que usar todos esses aparelhos eletrônicos , a educação, os conselhos, e o bate-papo são fundamentais.
" É importante perceber a diferença entre carregar um celular que permita ligar para a mãe e o pai e ter um computador em miniatura - que pode navegar na web e receber e enviar fotos e textos "
Leitora: Como posso preparar a minha filha para o cyberbullying, já que ela passa horas em frente ao computador e tem o seu próprio celular?
Elizabeth K. Englander: O ideal é falar sobre o problema antes que ele aconteça de fato. Pergunte aos seus filhos sobre o cyberbullying, se já ouviram falar, se conhecem alguma criança que tenha enfrentado o problema. Contem a eles o que vocês sabem sobre cyberbullying. Algumas orientações são dadas no site da instituição (em inglês, pelo endereço www.MARCcenter.org ). Outro ponto que gostaria de falar é que a idade mínima para ter uma conta no Facebook é de 14 anos. Sei que muitas crianças falsificam suas idades e acho que dar essa permissão a elas é enfatizar o não cumprimento de regras. Meu método com os meus filhos é dizer a eles que só terão uma conta no Facebook seguindo as regras, e uma delas é não mentir sobre a idade. É claro que muitas abrem suas contas sem os pais nem saberem e mentem sobre suas idades, mas acho que isso é diferente de quebrar uma regra com o consentimento da família.
Leitora: Quando as crianças devem ter a permissão para ter seu próprio celular ou acessar sozinhas os sites de seus interesses? Percebo que eles precisam de uma educação (e os pais também) sobre como se comportarem no mundo virtual. As escolas também têm um importante papel nisso?
Elizabeth K. Englander: É importante perceber a diferença entre carregar um celular que permita ligar para a mãe e o pai e ter um computador em miniatura - que pode navegar na web e receber e enviar fotos e textos. Os pais devem monitorar o que os filhos fazem online ao invés de dar às crianças um aparelho que pode acessar a internet sem nenhuma educação prévia. Pensamos nos celulares como telefones. Mas nossos estudos em Massachusetts mostram que eles só usam o aparelho para ligar em 20% do tempo ou menos.
Acho que o ideal é informar seu filho sobre os riscos do celular, e que você estabeleça com o seu filho um código de confiança em que você espere que ele respeite os outros online e as regras estabelecidas pelos pais. Celulares dados e com as contas pagas por mamãe e papai são um privilégio, não um direito. Como todos os nossos filhos terão que usar todos esses aparelhos eletrônicos , a educação, os conselhos, e o bate-papo são fundamentais.
Brasília é campeã de bullying, diz pesquisa
BRASÍLIA - Uma pesquisa realizada pelo IBGE apontou Brasília como a capital do bulliyng. Segundo o estudo, 35,6% dos estudantes entrevistados disseram ser vítimas constantes da agressão. O maior número de casos ocorreu nas escolas particulares: 35,9%, contra 29,5% nas escolas públicas.
- Nós temos prestado atenção nisso, nós temos o Observatório da Violência nas escolas particulares, temos capacitado os professores, pais e alunos para essa questão do bulliyng - diz Amábile Pácios, presidente dos Estabelecimentos Particulares de Ensino.
O bulliyng é tão agressivo para o aluno quanto para a família inteira, que tem a vida transformada. A filha de Júlia Veras, de 12 anos, que estuda em uma escola pública, sofreu muitas agressões por cauda de um aparelho corretivo para os dentes. E a situação ficou tão inaceitável que a mãe teve que tomar uma atitude drástica.
- Os colegas colocaram um apelido nela, que acabou generalizado na escola. Um dia, quando ela estava descendo a escada, começaram a falar nomes feios para ela, um empurra-empurra, além de jogarem bolinha de papel. Nisso, ela acabou caindo na escada. Ao cair, eles jogaram lixo nela. Eu fui à delegacia e registrei uma ocorrência, e a tirei da escola - conta a mãe.
A solução que o governo encontrou para agir sobre casos como esse foi a criação de Conselhos de Segurança nas escolas.
- Vamos resolver os nossos conflitos tendo como mediadores os nossos colegas, professores e os pais - afirma subsecretária de Educação Integral Ivana Santana Torres.
Os estudantes também estão recebendo aulas de respeito à diversidade. Mas o resultado disso precisa também da vigilância dos pais.
A palavra nominou como agressão o que antes parecia só brincadeira.
- Quando eu tinha uns 7 anos era meio gordinho. E o povo falava de mim, diziam que era gordo, rolha de poço. Esse tipo de coisa - lembra G. M, 15 anos.
- Nós temos prestado atenção nisso, nós temos o Observatório da Violência nas escolas particulares, temos capacitado os professores, pais e alunos para essa questão do bulliyng - diz Amábile Pácios, presidente dos Estabelecimentos Particulares de Ensino.
O bulliyng é tão agressivo para o aluno quanto para a família inteira, que tem a vida transformada. A filha de Júlia Veras, de 12 anos, que estuda em uma escola pública, sofreu muitas agressões por cauda de um aparelho corretivo para os dentes. E a situação ficou tão inaceitável que a mãe teve que tomar uma atitude drástica.
- Os colegas colocaram um apelido nela, que acabou generalizado na escola. Um dia, quando ela estava descendo a escada, começaram a falar nomes feios para ela, um empurra-empurra, além de jogarem bolinha de papel. Nisso, ela acabou caindo na escada. Ao cair, eles jogaram lixo nela. Eu fui à delegacia e registrei uma ocorrência, e a tirei da escola - conta a mãe.
A solução que o governo encontrou para agir sobre casos como esse foi a criação de Conselhos de Segurança nas escolas.
- Vamos resolver os nossos conflitos tendo como mediadores os nossos colegas, professores e os pais - afirma subsecretária de Educação Integral Ivana Santana Torres.
Os estudantes também estão recebendo aulas de respeito à diversidade. Mas o resultado disso precisa também da vigilância dos pais.
A palavra nominou como agressão o que antes parecia só brincadeira.
- Quando eu tinha uns 7 anos era meio gordinho. E o povo falava de mim, diziam que era gordo, rolha de poço. Esse tipo de coisa - lembra G. M, 15 anos.
Bullying', violência que cresce nas escolas, vira tema de livro de psiquiatra best-seller
A psiquiatra Ana Beatriz diz que os casos de bulltying estão aumentando e é responsabilidade dos adultos combatê-los / Foto: Gustavo Stephan
RIO - A psiquiatra carioca Ana Beatriz Barbosa Silva tornou-se uma best-seller ao penetrar no enigmático mundo das pessoas frias e perversas e transformá-lo no livro "Mentes perigosas - o psicopata mora ao lado" (Editora Fontanar), com mais de 400 mil exemplares vendidos. Sua predileção, porém, não são pelos Hannibals Lecters da vida (Anthony Hopkins em "Silêncio dos inocentes"), mas, sim, pelas vítimas de bullying. Crianças ou adolescentes que sofrem algum tipo de violência intencional na escola, repetidas vezes, por serem, de alguma maneira, menos poderosas que seus agressores.
- Tenho simpatia pelas vítimas de bullying porque elas sofrem e amadurecem mais cedo. Se descobrirem logo o talento que têm, serão muito bem-sucedidas. Será essa aptidão especí$que as libertará do bullying. Elas passarão a ser respeitadas até por seus agressores. Porque os seres humanos tendem a se curvar diante de um grande talento - explica Bia, como prefere ser chamada, citando como exemplos de sua tese famosos vítimas de bullying, como o nadador Michael Phelps, que era o capacho dos colegas; a atriz Kate Winslet, gorducha; o ator Tom Cruise, disléxico; a cantora Madonna, exótica; o jogador David Beckham, careta.
Conheça algumas histórias de famosos que sofreram bullying e tornaram-se profissionais bem-sucedidos
Comportamento traz consequências por toda vida
Mas não foi a simpatia pelas vítimas que fez Bia lançar seu novo livro "Bullying - mentes perigosas na escola" (Fontanar). Sua motivação foi alertar para o problema e ajudar pais, educadores, crianças e adolescentes a superarem um comportamento que pode trazer consequências para a vida inteira.
- Os casos de bullying estão aumentando e não é só porque estamos tendo mais conhecimento sobre o assunto. O bullying sempre existiu, em qualquer época. Mas a violência de um modo geral vem crescendo e isso se reflete nas crianças - diz a psiquiatra, autora também de "Mentes inquietas", sobre déficit de atenção.
Bia explica que a sociedade contemporânea tornou-se mais individualista e competitiva, o que vem mexendo profundamente com as relações humanas, hoje alienantes.
- Os pais incentivam os filhos a serem melhores do que seus colegas. Querem que o filho seja um vencedor a qualquer preço. E vendem como o sonho de juventude ter o primeiro milhão de dólares antes dos 25 anos - explica a psiquiatra. - Temos a sensação de estar só no mundo e destinados a viver dentro de nossos próprios valores, não de valores coletivos.
Para tornar a questão ainda mais complexa, uma nova modalidade de bullying, vem sendo cada vez mais empregada: o cyberbullying, em que todas as ferramentas tecnológicas são usadas com a intenção de humilhar e maltratar a vítima. Com dois agravantes: os limites para dissipar a maldade são virtuais (na internet, não há muros de escola) e o anonimato do agressor é muito mais garantido. A americana Megan Meier, de 13 anos, suicidou-se em 2006 depois de sofrer cyberbullying. Phoebe Prince, de 15 anos, também se matou neste ano nos EUA, depois de sofrer ataques na escola e na internet. Mais recentemente, o brasileiro Matheus Abvragov Dalvit, de 15 anos, foi assassinado em Porto Alegre depois de reagir a constantes ataques de bullying.
De quem é a responsabilidade? Sem aliviar, a psiquiatra é categórica: dos adultos, isto é, dos pais e dos profissionais da escola, inclusive nos casos de cyberbullying, em que há dificuldade de acessar o mundo frequentado pelo adolescente.
- Pais e educadores precisam descobrir se a criança é vítima de bullying, se é praticante ou se é espectadora. E, depois, devem elaborar uma estratégia para combater o problema. As meninas agressoras costumam praticar um bullying mais dissimulado, sutil, isolando a vítima do grupo. Os meninos costumam ser mais agressivos, partindo para ataques físicos. Ambas são muito cruéis - diz Bia.
Pais e escolas devem agir juntos contra as agressõesNo grupo dos agressores, Bia faz uma divisão entre quatro tipos: aquele com falta de limites, que provoca risadas no grupo ao zombar do colega e normalmente tem pais muito omissos ou permissivos. Outro seria o agressor que não tem como modelo educacional o altruísmo e a solidariedade. Um terceiro seria o agressor ocasional, que num período difícil de sua vida (separação dos pais, doença de um parente) se torna agressivo. E um quarto tipo, felizmente a minoria das minorias, seria o da índole realmente má, em que a intervenção dos pais poderia amenizar os estragos, mas que precisaria para sempre de acompanhamento.
Os pais são protagonistas nesse enredo. Se o filho é criança, pelo bate-papo, pela obser$ção do comportamento, é possível entender o que se passa. Segundo Bia, até os 8 anos, a criança não tem a sofisticação de disfarçar a maldade e conta o que vive com naturalidade. Cabe aos pais reconhecerem o que não pode ser natural. Eles precisam intervir, seja protegendo o filho (se ele for vítima), seja incentivando o espectador a contar o que vê, ou punindo com limites rígidos, sem abrir exceções, o agressor.
Mudanças drásticas, como não querer ir à escola, perder o apetite, deprimir, são sinais de que a criança pode estar sofrendo bullying. Bia recomenda que os pais não só conversem com o filho como procurem pessoas da escola, como o cantineiro, o porteiro, o professor de educação física, o faxineiro, antes de chegar à coordenação, para saber se há algo errado. Quanto mais cedo o problema for detectado, menos danos trará à criança.
- As vítimas preferenciais são as que já têm uma feridinha aberta, pronta para sangrar. São as mais tímidas, mais gordas, muito magras, que usam óculos, que têm autoestima mais frágil.
Se o filho é adolescente e as conversas familiares são mais difíceis, Bia é a favor de um controle rígido:
- Os pais devem saber exatamente o que a criança ou o adolescente vê no computador. Se for preciso, que bloqueiem conteúdos. Também devem conhecer o grupo de amigos. E defendo umas incertas, do tipo ir até a boate onde o filho está para verificar se estão todos numa boa ou entrando em coma alcoólico. O adolescente tem realmente uma mudança de comportamento nesta fase. Mas os pais conhecem seu filho desde a infância e ele não pode se transformar em outra pessoa só porque chegou à adolescência. Se isso acontecer, há algo errado.
- Tenho simpatia pelas vítimas de bullying porque elas sofrem e amadurecem mais cedo. Se descobrirem logo o talento que têm, serão muito bem-sucedidas. Será essa aptidão especí$que as libertará do bullying. Elas passarão a ser respeitadas até por seus agressores. Porque os seres humanos tendem a se curvar diante de um grande talento - explica Bia, como prefere ser chamada, citando como exemplos de sua tese famosos vítimas de bullying, como o nadador Michael Phelps, que era o capacho dos colegas; a atriz Kate Winslet, gorducha; o ator Tom Cruise, disléxico; a cantora Madonna, exótica; o jogador David Beckham, careta.
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Comportamento traz consequências por toda vida
Mas não foi a simpatia pelas vítimas que fez Bia lançar seu novo livro "Bullying - mentes perigosas na escola" (Fontanar). Sua motivação foi alertar para o problema e ajudar pais, educadores, crianças e adolescentes a superarem um comportamento que pode trazer consequências para a vida inteira.
- Os casos de bullying estão aumentando e não é só porque estamos tendo mais conhecimento sobre o assunto. O bullying sempre existiu, em qualquer época. Mas a violência de um modo geral vem crescendo e isso se reflete nas crianças - diz a psiquiatra, autora também de "Mentes inquietas", sobre déficit de atenção.
Bia explica que a sociedade contemporânea tornou-se mais individualista e competitiva, o que vem mexendo profundamente com as relações humanas, hoje alienantes.
- Os pais incentivam os filhos a serem melhores do que seus colegas. Querem que o filho seja um vencedor a qualquer preço. E vendem como o sonho de juventude ter o primeiro milhão de dólares antes dos 25 anos - explica a psiquiatra. - Temos a sensação de estar só no mundo e destinados a viver dentro de nossos próprios valores, não de valores coletivos.
Para tornar a questão ainda mais complexa, uma nova modalidade de bullying, vem sendo cada vez mais empregada: o cyberbullying, em que todas as ferramentas tecnológicas são usadas com a intenção de humilhar e maltratar a vítima. Com dois agravantes: os limites para dissipar a maldade são virtuais (na internet, não há muros de escola) e o anonimato do agressor é muito mais garantido. A americana Megan Meier, de 13 anos, suicidou-se em 2006 depois de sofrer cyberbullying. Phoebe Prince, de 15 anos, também se matou neste ano nos EUA, depois de sofrer ataques na escola e na internet. Mais recentemente, o brasileiro Matheus Abvragov Dalvit, de 15 anos, foi assassinado em Porto Alegre depois de reagir a constantes ataques de bullying.
De quem é a responsabilidade? Sem aliviar, a psiquiatra é categórica: dos adultos, isto é, dos pais e dos profissionais da escola, inclusive nos casos de cyberbullying, em que há dificuldade de acessar o mundo frequentado pelo adolescente.
- Pais e educadores precisam descobrir se a criança é vítima de bullying, se é praticante ou se é espectadora. E, depois, devem elaborar uma estratégia para combater o problema. As meninas agressoras costumam praticar um bullying mais dissimulado, sutil, isolando a vítima do grupo. Os meninos costumam ser mais agressivos, partindo para ataques físicos. Ambas são muito cruéis - diz Bia.
Pais e escolas devem agir juntos contra as agressõesNo grupo dos agressores, Bia faz uma divisão entre quatro tipos: aquele com falta de limites, que provoca risadas no grupo ao zombar do colega e normalmente tem pais muito omissos ou permissivos. Outro seria o agressor que não tem como modelo educacional o altruísmo e a solidariedade. Um terceiro seria o agressor ocasional, que num período difícil de sua vida (separação dos pais, doença de um parente) se torna agressivo. E um quarto tipo, felizmente a minoria das minorias, seria o da índole realmente má, em que a intervenção dos pais poderia amenizar os estragos, mas que precisaria para sempre de acompanhamento.
Os pais são protagonistas nesse enredo. Se o filho é criança, pelo bate-papo, pela obser$ção do comportamento, é possível entender o que se passa. Segundo Bia, até os 8 anos, a criança não tem a sofisticação de disfarçar a maldade e conta o que vive com naturalidade. Cabe aos pais reconhecerem o que não pode ser natural. Eles precisam intervir, seja protegendo o filho (se ele for vítima), seja incentivando o espectador a contar o que vê, ou punindo com limites rígidos, sem abrir exceções, o agressor.
Mudanças drásticas, como não querer ir à escola, perder o apetite, deprimir, são sinais de que a criança pode estar sofrendo bullying. Bia recomenda que os pais não só conversem com o filho como procurem pessoas da escola, como o cantineiro, o porteiro, o professor de educação física, o faxineiro, antes de chegar à coordenação, para saber se há algo errado. Quanto mais cedo o problema for detectado, menos danos trará à criança.
- As vítimas preferenciais são as que já têm uma feridinha aberta, pronta para sangrar. São as mais tímidas, mais gordas, muito magras, que usam óculos, que têm autoestima mais frágil.
Se o filho é adolescente e as conversas familiares são mais difíceis, Bia é a favor de um controle rígido:
- Os pais devem saber exatamente o que a criança ou o adolescente vê no computador. Se for preciso, que bloqueiem conteúdos. Também devem conhecer o grupo de amigos. E defendo umas incertas, do tipo ir até a boate onde o filho está para verificar se estão todos numa boa ou entrando em coma alcoólico. O adolescente tem realmente uma mudança de comportamento nesta fase. Mas os pais conhecem seu filho desde a infância e ele não pode se transformar em outra pessoa só porque chegou à adolescência. Se isso acontecer, há algo errado.
Especialista quer câmeras no recreio e teatro antibullying
A escola é a outra protagonista desta história. Bia defende que sejam adotadas políticas concretas para combater o bullying naquele espaço, como instalar câmeras nas áreas onde as crianças passam o recreio, momento onde as agressões são mais frequentes, para identificar e inibir os agressores.
- Sinceramente, que privacidade a criança precisa ter na hora do recreio? A escola é um espaço para se ensinar ética e cidadania. Ela também pode trabalhar o tema de várias formas, premiando a vítima, como montando uma peça de teatro antibullying. Ou propondo um concurso para o melhor vídeo feito pelas crianças sobre o assunto. É nessa hora que o agressor se retrai .
A escola é a outra protagonista desta história. Bia defende que sejam adotadas políticas concretas para combater o bullying naquele espaço, como instalar câmeras nas áreas onde as crianças passam o recreio, momento onde as agressões são mais frequentes, para identificar e inibir os agressores.
- Sinceramente, que privacidade a criança precisa ter na hora do recreio? A escola é um espaço para se ensinar ética e cidadania. Ela também pode trabalhar o tema de várias formas, premiando a vítima, como montando uma peça de teatro antibullying. Ou propondo um concurso para o melhor vídeo feito pelas crianças sobre o assunto. É nessa hora que o agressor se retrai .
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