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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Alzheimer


Estudos apontam que pessoas solitárias têm o dobro d
e risco de desenvolverem o mal de Alzheimer
Demência é uma disfunção cerebral gradativa e persistente que consiste na deterioração intelectual do indivíduo ao longo do tempo, atacando de forma irreversível determinadas regiões do cérebro. A doença de Alzheimer é a causa mais freqüente, ocorrendo em aproximadamente 60% dos casos de demência, e consiste no depósito de determinadas proteínas no cérebro.

Como se trata de perdas progressivas e é bastante freqüente entre idosos, muitas vezes não é percebida em seu estágio inicial, sendo confundida como processos normais do envelhecimento. Pequenos esquecimentos, sinais de depressão, dificuldades com a linguagem, confusão mental e, algumas vezes, agressividade fazem parte dos sintomas iniciais.

Um estágio intermediário consiste em dificuldades de desempenhar atividades normais do dia-a-dia, esquecimento de acontecimentos recentes, alterações de humor e maior dificuldade na comunicação verbal, desencadeando, após algum tempo, em uma dependência mais severa e acentuação dos sintomas, podendo, inclusive, não reconhecer pessoas, situações e objetos conhecidos. Devido a estas características, há um impacto muito grande na vida destas pessoas e nas que convivem com elas.

O diagnóstico propriamente dito é feito apenas via necropsia, após a morte, em exame dos tecidos cerebrais. Assim, as manifestações, história de vida do paciente e exames físicos e mentais, excluindo outros fatores que poderiam desencadear nos mesmos sintomas (infecções, depressão, tumores cerebrais, problemas tireoidianos, etc) é que indicarão a doença. É importante ressaltar que o tratamento precoce atrasa o desenvolvimento da doença, fornece melhoras na memória e na qualidade de vida e convivência do doente com as pessoas que o cercam.

Como é irreversível, suas causas reais ainda não são bem elucidadas. O tratamento farmacológico enfoca o bloqueio da evolução da doença, controle dos distúrbios comporta mentais e correção do equilíbrio químico do cérebro, a fim de melhorar o déficit de memória.

Sabe-se, atualmente, que altos níveis de açúcar e colesterol no sangue podem ter relação forte com a doença e que pessoas solitárias têm o dobro de risco de desenvolverem o mal de Alzheimer. É, também, conhecido que a ingestão de vitamina E reduz o risco de morte em aproximadamente 25%, exercícios físicos, chá verde e uma dieta rica em frutas, verduras, cereais, feijão, nozes e sementes previnem o surgimento de demências.

Apesar de irreversível e incurável, cuidados específicos buscando melhorias na qualidade de vida dos portadores e de seus cuidadores devem ser feitos, lembrando que a sobrecarga destes últimos é um risco para ambos. Planejamento em conjunto acerca das tarefas, horários e contribuições incluindo todos os envolvidos são medidas que devem ser feitas para tal fim. 
Reservas Funcionais
Diz a lenda que só usamos 10% do cérebro.
Isto não é verdade: usamos o cérebro todo, o tempo todo – de maneiras diferentes.

Considerar que só 10% são usados poderia levar a pensar que os outros 90% servem de reserva em caso de necessidade (por exemplo, após lesões cerebrais) - o que naturalmente não pode ser verdade, já que cada parte do cérebro tem sua função.

Acredita-se, contudo, que existe uma outra forma de reserva funcional no cérebro: na forma de conexões sinápticas ricas entre os vários sistemas e suas partes, que representam caminhos alternativos para o processamento de informação, sobretudo em casos de necessidade.

Como conexões sinápticas são mantidas e modeladas dependendo do seu uso, a consequência é que um cérebro usado bastante, e de maneiras bastante variadas, terá uma maior riqueza de boas conexões disponíveis para uso alternativo.

Esses cérebros, portanto, devem ser mais resistentes aos danos decorrentes do envelhecimento, ou de doenças.

De fato, o maior fator de proteção contra a demência senil e a demência neurodegenerativa é simplesmente a educação formal: quanto mais tempo se passa na escola, menor se torna a probabilidade de um dia ter sinais da doença de Alzheimer, por exemplo.

Um dos ganhos com a educação formal, que pode ser considerada um longo período de aprendizado intenso e sistematizado, é provavelmente a formação de uma extensa rede de conexões, muitas das quais talvez redundantes, que formam uma reserva mental, podendo ser recrutadas alternativamente em caso de necessidade.

Isso explicaria, por exemplo, por que algumas pessoas permanecem em forma e pensando com clareza ao longo de toda sua vida enquanto outras pessoas não.
Essas reservas mentais, contudo, precisam, podem, e devem ser mantidas ao longo da vida, já que as sinapses têm o poder de serem desfeitas, refeitas e fortalecidas o tempo todo de acordo com o uso ou a falta dele.

Por isso, nunca é tarde para investir em formar reservas cerebrais; e se você teve um bom começo na vida, investir na manutenção das suas reservas, e até aumentá-las, é uma boa ideia.
The Bronx Aging Study, publicado no New England Journal of Medicine e liderado pelo Dr. Joe Verghese, um neurologista, acompanhou quase 500 pessoas por mais de20 anos, observando o que elas realmente fazem em seu cotidiano e qual é a relação entre tais escolhas e a saúde do cérebro. A pesquisa mostrou que as pessoas que participavam pelo menos quatro vezes por semana de atividades mentais estimulantes, como jogos interativos e dança, tinham uma probabilidade de 65 a 75% maior de permanecerem em boa forma do que aqueles que não realizavam essas atividades. O Dr. David Bennett, no Rush University Medical Center, chegou recentemente a uma conclusão parecida, depois de seguir mais de 2000 pessoas durante vários anos.

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