A mediunidade começou a ser estudada no século XIX pelo pedagogo francês Hyppolite Leon Denizard Rivail, conhecido como Allan Kardec, o criador do espiritismo. Além das religiões afro-brasileiras, apenas a doutrina espírita incentiva a comunicação direta com os mortos. E o médium é assim chamado porque atua como mediador entre o nosso mundo e o dos que já se foram. Os princípios dessa comunicação foram lançados em 1857, quando Kardec escreveu o Livro dos Espíritos, e desenvolvidos no Livro dos Médiuns. Kardec não era médium, mas contou com a colaboração de alguns deles para escrever sua obra, uma espécie de enciclopédia mediúnica.
Ouve-se por aí que "mediunidade é algo que todo mundo pode desenvolver"; "médium que não desenvolve o 'dom' vive perturbado pelos espíritos" e "quem nasceu com isso tem que tomar passes sempre para controlar o guia". Mas, de acordo com os espíritas, as coisas não são bem assim. A mediunidade é a capacidade de comunicar-se com o plano espiritual e todo mundo tem um pouquinho. Mas, para a maioria das pessoas, o contato com o outro mundo é usado na hora de fazer orações. E só. O médium de verdade é aquele que pode comunicar-se diretamente com as entidades espirituais. Existem diferentes tipos de médium. Em geral, realizam fenômenos inteligentes (veja abaixo), mas existem também as manifestações físicas -- como a levitação ou o poder de mover objetos --, que são mais raras.
Audientes: têm a capacidade de ouvir as vozes dos espíritos e de conversar com eles.
Curadores: podem curar doenças pelo toque, olhar ou gesto, usando os poderes dados pelas entidades espirituais.
Psicógrafos: transcrevem as palavras enviadas pelos espíritos ou "emprestam" seus corpos para que eles possam escrever mensagens ou livros.
Falantes: dão voz para que os espíritos se comuniquem com pessoas que não podem ouvi-los.
Sensitivos: sentem a presença dos espíritos.
Curadores: podem curar doenças pelo toque, olhar ou gesto, usando os poderes dados pelas entidades espirituais.
Psicógrafos: transcrevem as palavras enviadas pelos espíritos ou "emprestam" seus corpos para que eles possam escrever mensagens ou livros.
Falantes: dão voz para que os espíritos se comuniquem com pessoas que não podem ouvi-los.
Sensitivos: sentem a presença dos espíritos.
A crença espírita diz que todas as crianças são médiuns, ao menos até 7ou oito anos de idade. É que ainda não estão totalmente desligadas do mundo espiritual, de onde vieram, e por isso conseguem manter contato com os seres de lá. Essa seria a explicação para os amigos imaginários que muitas crianças vêem e com quem conversam e brincam.
Depois dessa idade, mais acostumadas ao mundo material, elas perdem sua percepção. Isto é, se não forem médiuns de verdade. Caso contrário, as visões, vozes ou a capacidade de realizar fenômenos físicos voltam a aparecer por volta dos 11 anos. Mas como esse é um período de muitas mudanças físicas e psicológicas, as escolas mediúnicas preferem apenas orientar para que ainda não usem seu dom. A idade indicada para iniciar os estudos é por volta dos 18 anos.
Mediunidade é karma
Esse dom parece uma forma de poder, mas não é assim que os espíritas o enxergam. Para eles, a mediunidade é um karma, uma espécie de moeda para pagar dívidas feitas em vidas passadas. É uma chance de reparar erros e evoluir espiritualmente e deve ser usada para ajudar outras pessoas. Exercer a mediunidade é visto como obrigação pelos espíritas. Por isso a religião desenvolveu métodos para treinar e ensinar pessoas que tenham nascido com essa capacidade.
Esse dom parece uma forma de poder, mas não é assim que os espíritas o enxergam. Para eles, a mediunidade é um karma, uma espécie de moeda para pagar dívidas feitas em vidas passadas. É uma chance de reparar erros e evoluir espiritualmente e deve ser usada para ajudar outras pessoas. Exercer a mediunidade é visto como obrigação pelos espíritas. Por isso a religião desenvolveu métodos para treinar e ensinar pessoas que tenham nascido com essa capacidade.
Essas escolas não são um lugar para se desenvolver a mediunidade. O objetivo dos estudos é preparar os médiuns, com preces e exercícios práticos, para lidar com sua sensibilidade aguçada e ajudar quem precisa. A clareza das mensagens ou o poder de curar não são definidos pelo tempo que um médium estuda, é algo que já nasce com ele. Quem tem, tem. O catolicismo e o judaísmo, por exemplo, não têm métodos para quem quer estudar esse poder ou aprender a lidar com ele. Por isso as escolas espíritas recebem gente de todas as religiões. Mesmo que seja apenas para ensinar a controlar e conviver com o aparecimento dos fenômenos.
O tráfico humano