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terça-feira, 16 de agosto de 2011

MÉDIUNS E MEDIUNIDADE



A mediunidade começou a ser estudada no século XIX pelo pedagogo francês Hyppolite Leon Denizard Rivail, conhecido como Allan Kardec, o criador do espiritismo. Além das religiões afro-brasileiras, apenas a doutrina espírita incentiva a comunicação direta com os mortos. E o médium é assim chamado porque atua como mediador entre o nosso mundo e o dos que já se foram. Os princípios dessa comunicação foram lançados em 1857, quando Kardec escreveu o Livro dos Espíritos, e desenvolvidos no Livro dos Médiuns. Kardec não era médium, mas contou com a colaboração de alguns deles para escrever sua obra, uma espécie de enciclopédia mediúnica.

Ouve-se por aí que "mediunidade é algo que todo mundo pode desenvolver"; "médium que não desenvolve o 'dom' vive perturbado pelos espíritos" e "quem nasceu com isso tem que tomar passes sempre para controlar o guia". Mas, de acordo com os espíritas, as coisas não são bem assim. A mediunidade é a capacidade de comunicar-se com o plano espiritual e todo mundo tem um pouquinho. Mas, para a maioria das pessoas, o contato com o outro mundo é usado na hora de fazer orações. E só. O médium de verdade é aquele que pode comunicar-se diretamente com as entidades espirituais. Existem diferentes tipos de médium. Em geral, realizam fenômenos inteligentes (veja abaixo), mas existem também as manifestações físicas -- como a levitação ou o poder de mover objetos --, que são mais raras.

Audientes: têm a capacidade de ouvir as vozes dos espíritos e de conversar com eles.
Curadores: podem curar doenças pelo toque, olhar ou gesto, usando os poderes dados pelas entidades espirituais.
Psicógrafos: transcrevem as palavras enviadas pelos espíritos ou "emprestam" seus corpos para que eles possam escrever mensagens ou livros.
Falantes: dão voz para que os espíritos se comuniquem com pessoas que não podem ouvi-los.
Sensitivos: sentem a presença dos espíritos.

A crença espírita diz que todas as crianças são médiuns, ao menos até 7ou oito anos de idade. É que ainda não estão totalmente desligadas do mundo espiritual, de onde vieram, e por isso conseguem manter contato com os seres de lá. Essa seria a explicação para os amigos imaginários que muitas crianças vêem e com quem conversam e brincam.

Depois dessa idade, mais acostumadas ao mundo material, elas perdem sua percepção. Isto é, se não forem médiuns de verdade. Caso contrário, as visões, vozes ou a capacidade de realizar fenômenos físicos voltam a aparecer por volta dos 11 anos. Mas como esse é um período de muitas mudanças físicas e psicológicas, as escolas mediúnicas preferem apenas orientar para que ainda não usem seu dom. A idade indicada para iniciar os estudos é por volta dos 18 anos.

Mediunidade é karma
Esse dom parece uma forma de poder, mas não é assim que os espíritas o enxergam. Para eles, a mediunidade é um karma, uma espécie de moeda para pagar dívidas feitas em vidas passadas. É uma chance de reparar erros e evoluir espiritualmente e deve ser usada para ajudar outras pessoas. Exercer a mediunidade é visto como obrigação pelos espíritas. Por isso a religião desenvolveu métodos para treinar e ensinar pessoas que tenham nascido com essa capacidade.

Essas escolas não são um lugar para se desenvolver a mediunidade. O objetivo dos estudos é preparar os médiuns, com preces e exercícios práticos, para lidar com sua sensibilidade aguçada e ajudar quem precisa. A clareza das mensagens ou o poder de curar não são definidos pelo tempo que um médium estuda, é algo que já nasce com ele. Quem tem, tem. O catolicismo e o judaísmo, por exemplo, não têm métodos para quem quer estudar esse poder ou aprender a lidar com ele. Por isso as escolas espíritas recebem gente de todas as religiões. Mesmo que seja apenas para ensinar a controlar e conviver com o aparecimento dos fenômenos.

        

O tráfico humano



O tráfico humano é o comércio ilegal da vida humana, que escraviza mais de dois milhões de pessoas a cada ano, a metade das quais são crianças. Na China, assim como em muitos outros países, muitas mulheres e meninas são transportadas para o exterior por traficantes e vendidas para a escravidão sexual.
Muitas mulheres são traficadas dentro da China também, para o casamento, o trabalho sexual e o trabalho forçados. A política governamental de “um só filho” e a preferência tradicional pelas crianças do sexo masculino, fizeram com que, nas áreas rurais, haja menos mulheres jovens que homens.
A pobreza e a falta de instrução fazem com que as mulheres rurais sejam, com frequência, atraídas pelos traficantes, que prometem “empregos” bem remunerados e uma vida melhor nas cidades.
O Exército da Salvação está a trabalhar com o governo local para desenvolver iniciativas com base na comunidade contra o tráfico em várias áreas afetadas da China. O projecto visa consciencializar as pessoas sobre os perigos. Os membros comunitários são incentivados a identificar problemas e criar as suas próprias formas de lidar com os problemas de saúde e sociais que deixam as pessoas vulneráveis ao tráfico.
Educação e consciencialização Consciencializar o público sobre o tráfico humano é uma forma importante de prevenção e protecção. As mulheres de povoados vizinhos que foram afectadas pelo tráfico podem avisar as pessoas e ensinar outros a divulgarem a mensagem.
Prioridades comunitárias Resolver os problemas das comunidades que tornam as pessoas vulneráveis ao tráfico também é importante. Estes podem ser a pobreza, a falta de emprego ou a falta de acesso à água limpa.
Cuidados e apoio As pessoas traficadas sofrem trauma emocional e psicológico. As que escapam podem sofrer estigma dentro das suas comunidades ao retornarem. São necessários cuidados e apoio, tais como aconselhamento e serviços médicos. Para as pessoas sujeitadas ao tráfico sexual, a experiência da violação exigirá a prestação de cuidados de saúde sexuais, inclusive testes de VIH (HIV), e elas também podem estar grávidas. Os homens e as crianças deixadas para trás também podem precisar de ajuda e apoio.
Campanhas mundiais, tais como “Stop the Traffik” (“Pare o Tráfico”) (www.stopthetraffik.org) procuram consciencializar as pessoas sobre o tráfico humano nas comunidades ao redor do mundo e incentivar as pessoas a unirem- -se e manifestarem-se para proteger os direitos humanos das pessoas de não serem forçadas ou escravizadas.
Graeme Hodge trabalha como Coordenador de Informações e Recursos para o Exército da Salvação. The Salvation Army International Development (UK), 101 Newington Causeway, London, SE1 6BN, Reino Unido. E-mail: Graeme.Hodge@salvationarmy.org.uk Website:www.salvationarmy.org.uk/id
Estudos de caso
Ling estava desesperada para escapar da pobreza do seu povoado. Ela foi ao mercado local, onde sabia que havia pessoas a oferecer empregos e “oportunidades” em outras partes do país. Porém, Ling logo se deu conta da verdade e conseguiu escapar do recrutador traficante e voltar para casa, para o marido e os filhos. Outras mulheres do seu povoado não tiveram tanta sorte. A maioria simplesmente desapareceu, tendo sido vendidas como noivas na China Oriental ou para prostíbulos em Hong Kong e outras partes da Ásia.


Três meninas de 12 anos de idade de um povoado foram incentivadas por amigas a irem com traficantes. As suas colegas de aula já haviam sido traficadas, mas haviam sido mandadas de volta para recrutar outras, sob ameaça e com falsas esperanças de serem libertadas. No pátio da escola, as meninas ficaram a saber de “uma oportunidade incrível” numa cidade vizinha. Felizmente, as três meninas contaram aos pais, que não as deixaram ir. Mas elas continuam vulneráveis. Algumas crianças foram levadas a força das escolas.

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