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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vítima de Bullying Teria Pago Mais de Mil Reais Para Não Apanhar.



Aluno grava conversa com agressor que faz ameaças e pede mais dinheiro.
Casos de violência nas escolas de Campo Grande passam de 250 em 2011.


Um estudante de apenas 13 anos, vítima de bullying em uma escola pública de Campo Grande, já teria pago mais de mil reais para não ser agredido pelos colegas. A polícia começou investigar o caso após a denúncia da família. Para obter provas, a vítima passou a gravar as ameaças.

Em um trecho, o agressor pede mais dinheiro:

Agressor: “Você falou pra um cara aí que eu estava indo pedir dois real pra você todo dia, aí”

Agressor: “Vou te arrebentar, bicho”

Agressor: “Quanto que dá pra você me arrumar?”

Vítima: “Quarentão”

Na Delegacia Especializada no Atendimento da Infância e Juventude (Deaij), o estudante contou que sofria ameaças há um ano. No início, para não apanhar, ele disse que fazia as tarefas escolares do agressor, depois comprava lanches na escola e por fim começou a dar dinheiro. Ele já teria pago nesse período cerca de mil reais.

Depois de ouvir as gravações telefônicas, a polícia começou a monitorar a vítima que marcou um encontro com agressor para entregar o dinheiro em um terminal de ônibus. Disfarçados de passageiros os investigadores ficaram de campana. Quando o agressor pegou o dinheiro, os policiais apreenderam o adolescente pelo crime de extorsão.

“Quando foi feita a abordagem, o menino urinou. Não esperava ser repreendido”, disse a delegada que investigou o caso, Aline Sinnott Lopes. O adolescente confessou o crime e foi liberado em seguida.

O inquérito já foi encerrado e o relatório final enviado para o Ministério Público Estadual (MPE), que deve levar o caso para o juiz da Vara da Infância e Juventude que vai decidir de que forma o adolescente será punido.

A delegada que investigou o caso diz que situações assim são comuns nas escolas públicas e privadas do estado. Dados da polícia civil mostram que do começo do ano até agora foram registradas 258 ocorrências de lesão corporal e ameaças nas instituições de ensino da capital.
 

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