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sábado, 21 de maio de 2011

O ser PERFEITO não existe. PONTO.

No livro “De verdade” Sándor Márai afirma:“ não existe nem na terra nem no céu nem em lugar algum aquela mulher de verdade. Existem apenas pessoas e em todas há um grão da verdadeira e nenhuma delas tem o que do outro esperamos e desejamos”

A busca pela perfeição para encontrarmos alguém que nos preencha totalmente ,a troca de parceiros sempre procurando o nosso outro eu o par perfeito não leva a nada. Quando conhecemos alguém, não sabemos como é na realidade. Podemos nos apaixonar até a primeira vista pois as características dele ou dela servem para lhe atribuirmos nossa imagem interna ideal ( chamamos de projeção) .

Esse alguém idealizado representa algo que nos faz falta, um lado complementar.Enquanto a projeção existir veremos a pessoa como perfeita, sublime, pois ela representa nossa própria imagem interna de homem ou mulher.

C.G.Jung psiquiatra suíço (….) chamou de anima ( que vem de alma) o aspecto interior feminino do homem e de animus o lado masculino interiorizado da mulher. Essas imagens são formadas ao longo de nossas vidas com nossas primeiras experiências com o sexo oposto.Para uma menina o primeiro homem e primeiro amor é seu pai.

A personalidade dele, o amor pela filha( ou não) o fato de valorizá-la como mulher de admira-la,vai influenciar seus relacionamentos futuros com os homens.Além do pai um professor, um avô, e outras imagens masculinas vão formar o animus da menina e futuramente terão um papel decisivo na escolha de um parceiro.

Se o pai é forte,se é carinhoso, se a protege, ela vai exigir isso dos homens.Uma figura de pai fraco ausente, ou violento com a menina pode levá-la a escolher homens que repetindo este padrão a maltratem, ou até a fugir deles escolhendo o oposto.Com o menino o mesmo processo ocorre. Sua mãe é a primeira visão e experiência do feminino. Essa imagem estará presente em sua vida e toda mulher amada vai ser a encarnação dessa deusa, com seus aspectos positivos e negativos.

Sua relação com ela, sua admiração ou seu medo vão levá-lo a buscar mulheres parecidas ou opostas a essa figura interna que de toda maneira influenciará fortemente a escolha..

A “anima” representa o eterno feminino, pode ser sedutora, mãe amiga, musa inspiradora ou feiticeira, destruidora e terrível.Como ex temos “Um homem muito carente procurava sem encontrar uma mulher que correspondesse aos seus ideais; devia ser bonita, compreensiva, culta ,companheira, dona de casa , artista.

Conhecia vária jovens diferentes se apaixonava e depois de algum tempo a paixão diminuía.Tinha alguma das qualidades, mas não todas, e quando tinha quase todas ele fugia com medo de ser dominado e sufocado por ela”.

Essa busca pela perfeição só seria satisfeita se encontrássemos alguém que correspondesse inteiramente a essa imagem interna. Como Narciso nos apaixonamos por nós mesmos no espelho.Como isso não existe a pessoa ou troca continuamente de parceiro ou fica só.Essas projeções são emocionais, instintivas.

A pessoa não percebe que busca algo que não existe.Ela culpa o outro por não corresponder a essa imagem ideal.A mulher encantadora do inicio do relacionamento torna-se ameaçadora, pois começa a cobrar mais compromisso , já que ela também se apaixona e o que mais quer é ficar com ele.

Com a mulher o mesmo acontece. O homem carinhoso que ela julgava que iria protegê-la, assumi-la como companheira começa a fugir ou a agredi-la sem motivos. Isso aumenta a cobrança , e nesse circulo vicioso vão se afastando.

Como resolver esse dilema?Em primeiro lugar se conscientizando que nunca vamos encontrar este ser perfeito. Ele não existe, é apenas uma imagem ideal, nosso príncipe ou princesa encantados que não vão resistir à convivência, às dificuldades e à rotina. E também conhecendo nossos próprios defeitos, não culpando sempre o outro por problemas que são dos dois. Sempre se perguntar antes de culpar o companheiro: “aonde e como eu também contribuo para que ele ou ela aja assim comigo?

A verdade pura não existe. Cada um tem sua verdade e descreverá o companheiro de acordo com sua ótica interna.Par convivermos com alguém temos que ser tolerantes e amá-lo até pelos defeitos, desde que haja lealdade, confiança carinho e reciprocidade. 

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