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sábado, 30 de julho de 2011

Você sabe dizer não?

Você sabe dizer não?Parece uma pergunta boba,daquelas que se faz para uma criança, quando s primeiras palavras e -coincidentemente- a que elas mais gostam de pronunciar,mas também a que menos gostam de ouvir: não...Porém é através dessa constante negativa que começa a nossa história de hoje...Nos primeiros anos de vida, ouvíamos quase sempre a frase de nossos pais:"não, vc não pode; não, é perigoso"..Bons tempos aqueles nos quais éramos protegidos pela placidez de um não, mais do que sensato...

É meus caros, os tempos mudaram...Hoje tem tanta definição para um simples desejo não correspondido: depressão, estresse pós-traumático, bullying, transtorno bipolar; quando para mim, o que faltou na criação dos jovens das últimas duas décadas foi escutar e refletir mais sobre o que se quer, se não se trata de simples "capricho" de alguém mimado em demasia..Escutem essa pequena história:

-"Mãe, sabe aquela última coleção de bonecos que todos os meus colegas de escola já tem?Eu também quero, senão só eu vou ficar de fora na brincadeira..Por favor mãe!

E a mãe responde:
-"Mas meu filho, eu já te dei um presente mês passado; esse mês tenho muita conta para pagar...Onde está o dinheiro que te dei para a semana?"

E o menino então retruca:
-"Ah, mãe você é muito chata...Vou chorar até você me dar"

E no final:
-"Tá bem meu filho, não precisa chorar, amanhã vou te dar esse boneco que você tanto quer".

E assim surgiram Susanes, Mateus , Lindenbergues e mais outra centena de jovens que, um dia, tiveram seu desejo negado, como Wellington Menezes de Oliveira, no conhecido "Massacre de Realengo", quando 11 crianças morreram porque o ex-aluno da Escola Tasso da Silveira decidiu que era hora de fazê-los "pagar" por ter sido maltratado enquanto tinha sido aluno..."Pobre menino caprichoso"...Entregar tudo "de mão beijada": é assim que evitamos que nossos filhos sofram,sejam menos felizes?

Não, ainda não tenho filhos...Mas no dia que os tiver, ensinarei que nem sempre teremos todos os nossos desejos prontamente atendidos, que existe dor, frustração e sofrimento.Pais tem a mania de achar que seus frutos vão estar no conforto e segurança do ventre materno para sempre.Podem passar gerações e mais gerações, as relações humanas podem estar em constante mutação- nem sempre para melhor- mas o instinto de proteção, de querer o bem-estar e felicidade dos mesmos continuará...

Quer dizer não? Fale, mas imponha a convicção necessária para que seu filho compreenda que sua vontade não pode ser atendida naquele instante, mas que se deve utilizar o próprio esforço para conseguir seu intento e assim, num futuro próximo, valorizar mais as conquistas realizadas naquilo que começou através de um primeiro passo dele mesmo...Melhor negar um presente hoje que garantir um futuro de incertezas..não é mesmo?!

novos planos


É verdade. Já não me sinto como aquele. Tem todo um jeito de redescoberta em mim. Uma coisa de vai partir. Outra de não sei quando. Nada com um intenção bem clara, mas certa de todo sentido.

Uma intenção despropositada, aberta, simples e vulnerável. Como um castelo de areia feito por uma criança na praia. Qualquer coisa pode desmanchar essa intenção. Uma onda, um vento. Um oportunista que chega e parte subitamente. Mas não sem destruir o castelo antes.

A que resiste essa intenção? Talvez a quase nada. Mas da mesma forma que ela se desmancha, ela mancha novamente.

Aparentemente é uma simples mancha na parede. Mas pra quem olha de  perto, ou melhor, pra quem sabe do que se trata, como aquilo aconteceu, vai além de uma simples mancha. Tem história. É puro rastro de imaginação.

Tem memórias próprias. Tem toda uma escatologia. Faça-se crer. E absolutamente.
 

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