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terça-feira, 19 de julho de 2011

Deixar o sexo para depois fortalece o relacionamento



Deixar sexo para depois ajuda a relação

Segundo um estudo realizado pela Universidade Brigham Young, nos EUA, postergar o teste de compatibilidade sexual pode ajudar a fortalecer outras áreas da vida a dois. Após entrevistar 2035 pessoas casadas, os pesquisadores chegaram à conclusão de que adiar a relação sexual pode ser benéfico para quem busca relacionamentos duradouros.
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O psicólogo Thiago de Almeida, especialista no tratamento das dificuldades nos relacionamentos amorosos e autor do livro "A Arte da paquera: inspirações à realização afetiva" (Ed. Letras do Brasil), concorda com a pesquisa. Para ele o segredo da paquera está mais em prometer do que em cumprir.
"Quando a gente conhece alguém e deseja um relacionamento sério, começa aos poucos, conhecendo o território e garantindo cada parte conquistada", defende. No início, é comum as pessoas buscarem afinidades e ganchos para as conversas e, por conta disso, dificilmente há espaço para o sexo.
"A relação sexual nos primeiros encontros é desfavorável. Se as pessoas se entregam tão cedo, contemplam todas as expectativas de uma vez. O que mais há para entregar? Tudo bem que ainda falta a familiaridade e a convivência, mas o efeito surpresa já foi desconstruído", opina o especialista.
Dr. Oswaldo Martins Rodrigues Jr., psicoterapeuta sexual e diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade), também apóia o estudo e ressalta que os relacionamentos de longo prazo implicam em poder conhecer a outra pessoa, conversar, ter tempo para compreender se o outro se encaixa no nosso plano de vida. Diferente de encontros fugazes na balada, que são para satisfação.
"Muitos dos casais que existem se formaram em ambientes como escola e trabalho, situações que permitem aproximação e conhecimento mútuo", afirma. "Além disso, o sexo no primeiro encontro pode revelar ansiedade e isto é percebido pelo outro, que pode considerar este evento sexual algo que não se encaixa nos seus projetos. Quem deseja algo sério procura alguém que saiba suportar frustrações e postergar necessidades para um melhor momento".
Dr. Thiago concorda com o Dr. Oswaldo e lembra que o sexo precoce pode ser fruto de empolgação e de sentimentos voláteis, o que reduz ainda mais as chances de um envolvimento posterior mais sólido. "Enquanto a relação sexual não acontece, o casal pode descobrir outras coisas, para que na hora da entrega ele já esteja fortalecido e maduro. Caso contrário, se a relação for ruim, as partes se afastam; se for boa, vão achar que será sempre assim, o que não condiz com a realidade".
Mesmo estando de acordo com a pesquisa, o psicoterapeuta diz que nem sempre a empolgação do sexo dá origem a um relacionamento fadado ao fracasso. Segundo ele, se o sexo não for produzido por ansiedade, será um prenúncio de possibilidade de relacionamento afetivo. "Quando o casal se conhece numa balada, por exemplo, e consegue desenvolver um relacionamento que se estenda e não precise ser baseado em sexo, ter feito relação logo de início não será uma barreira", diz.
Dr. Oswaldo ainda complementa dizendo que o sexo, assim como outras características, exercerá grande efeito na existência do casal e será testado para que cada um compreenda qual o lugar dele para as partes. Dessa maneira, o sexo em si dependerá dos significados que cada um dá para esta atividade.
"Se ambos o valorizarem, provavelmente será executado mais cedo, logo após o encontro, e influenciará positivamente a formação e manutenção do casal", afirma. "Mas temos que compreender que muitas pessoas, desejam casamentos sem o compromisso de sexo. Então, o começo de um relacionamento a dois pode ocorrer sem sexo e assim permanecer".


Orgasmo em excesso pode ser sinal de doença


Orgasmo em excesso

Para as mulheres anorgásmicas ou que apresentam dificuldades em chegar ao clímax, ter orgasmos de maneira intermitente pode parecer um sonho. Mas quem passa por isso não enxerga dessa forma e chega a se isolar e até a pensar em suicídio.
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Descoberta em meados de 2001, a Síndrome da Excitação Sexual Persistente é muito rara e leva a mulher a ter orgasmos em qualquer lugar e a qualquer hora. O problema foi tema do documentário "100 Orgasmos por dia", exibido pelo canal pago Discovery Home and Health e contou com depoimentos de mulheres que sofrem desse mal. "A sensação de excitação chega a durar dias ou meses. Tenho 30 anos de medicina e até hoje só conheci um caso", comenta Dr. Gerson Pereira Lopes, presidente da Comissão de Sexologia da Febrasgo - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
Além da falta de estudo e de preparo dos médicos para tratar do assunto, quem sofre desse problema têm vergonha de revelá-lo. Inicialmente se diagnostica os sintomas da síndrome como hipersexualidade ou ninfomania. Porém, o especialista afirma que há diferenças entre este problema e a síndrome.
"A mulher ninfomaníaca tem vontade excessiva de fazer sexo. E quando chega ao orgasmo, seja na masturbação ou com o parceiro, sente alívio", explica Dr. Gerson. "Já a que sofre com a síndrome possui sensações fisiológicas, como pulsações e formigamentos, sem ter nenhum desejo consciente. Ela pode atingir o orgasmo, mas continua tendo horas e dias de excitação", completa.
Há relatos de mulheres que definem essa sensação como confortante e até divertida. Mas só é possível encarar dessa maneira quando as sensações são espaçadas. "A excitação constante pode causar angústia, o que atrapalha e muito a vidas social e sexual de quem tem a síndrome", diz Dr. Gerson.
Em 2007, um relato veio a público: Sarah Carmen, uma britânica de 24 anos, revelou ao jornal "News of the World" que tinha em média 200 orgasmos por dia. Contou que a síndrome começou quando ela tinha 19 anos e que qualquer coisa a excitava, desde o barulho do trem até o som do secador de cabelo. Por conta disso, ela passou a recusar convites para ir a locais públicos que tenham agitação e música alta.
Devido à precariedade de estudos sobre a síndrome, não se sabe ainda o perfil de mulher que costuma ser acometida por ela. "Ninguém conhece a real causa, mas são oferecidos mil tratamentos milagrosos. Eu acredito que a cura se dá de maneira multidisciplinar: a mulher precisa de terapia sexual, com intervenção cognitiva e comportamental, medicamentos e até de fisioterapia", diz o especialista.



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