Nunca tiveram muito a se dizer
Não se falavam. Desde a noite de núpcias, quando olhando o corpo recém-possuído ele se expressara de forma pouco nobre, ela deixara de lhe dirigir a palavra.
Em silêncio, sem que jamais um se dirigisse ao outro, viveram juntos 50 anos. Data em que seus filhos, netos, noras e genros organizaram grande festa comemorativa, reunidos todos para enaltecer os patriarcas. Erguia-se justamente o brinde, de pé a família ao redor da grande mesa, quando pela primeira vez, em voz alta e clara, ela o chamou pelo nome.
Como uma bala, como uma faca, a palavra enterrou-se no peito do homem, abrindo dupla ferida. Pois embora sendo seu nome, pronunciado por aquela boca não o representava, a ele que nunca mais dera à mulher o direito de nomeá-lo. Assim ela o desrespeitava frente à descendência.
Pálido, apoiou-se com as mãos espalmadas sobre o tampo de mármore, e num impulso assassino revidou, sibilando entre dentes o nome da mulher. Ela cambaleou, levou a mão à boca como quem ampara uma golfada de sangue. Mas já a família batia palmas, e a sala toda estremecia ao som do coral doméstico que entoava Parabéns Pra Vocês.
Em silêncio, sem que jamais um se dirigisse ao outro, viveram juntos 50 anos. Data em que seus filhos, netos, noras e genros organizaram grande festa comemorativa, reunidos todos para enaltecer os patriarcas. Erguia-se justamente o brinde, de pé a família ao redor da grande mesa, quando pela primeira vez, em voz alta e clara, ela o chamou pelo nome.
Como uma bala, como uma faca, a palavra enterrou-se no peito do homem, abrindo dupla ferida. Pois embora sendo seu nome, pronunciado por aquela boca não o representava, a ele que nunca mais dera à mulher o direito de nomeá-lo. Assim ela o desrespeitava frente à descendência.
Pálido, apoiou-se com as mãos espalmadas sobre o tampo de mármore, e num impulso assassino revidou, sibilando entre dentes o nome da mulher. Ela cambaleou, levou a mão à boca como quem ampara uma golfada de sangue. Mas já a família batia palmas, e a sala toda estremecia ao som do coral doméstico que entoava Parabéns Pra Vocês.
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Filosofia barata
“Vida quer dizer arriscar-se à morte.
Fúria de viver quer dizer viver a dificuldade...”
e enfrentar o medo!
A alegria era imensa e fez-me sentir a proximidade da morte. Porque eu sabia que não é possível ser feliz neste mundo (e felicidade demais só pode ser anúncio de mau agouro).
Por medo da morte, adiei a felicidade, como a lua que se definha depois da completude e fica aguardando a hora de encher-se de novo.
Por medo da morte, adiei a felicidade, como a lua que se definha depois da completude e fica aguardando a hora de encher-se de novo.
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