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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Deixas emocionais podem otimizar nossos relacionamentos

Quem entra numa livraria logo se depara com uma quantidade enorme de livros que tentam nos ensinar a viver melhor, enfrentando nossas dificuldades do cotidiano. São os chamados livros de autoajuda.
Algumas pessoas abominam esse tipo de literatura, mas há muita gente que faz dessas publicações seu manual diário de conduta.
Eu fico no meio termo: eles não são certamente a salvação para todos os males, mas acredito que muitos passam informações proveitosas. E, dependendo da pessoa que os lê, podem ser de grande utilidade. As dicas que esses livros contêm são, na verdade, quase sempre muito óbvias, mas o fato é que muitas vezes a gente não está sintonizada com a obviedade.
Só quando alguém nos chama para a realidade, e faz isso usando uma frase óbvia, é que nos damos conta de como mudar alguma coisa em nossa vida nem sempre é tão complicado como pensamos.
Esses livros seguem um pouco este caminho. Por isso fazem tanto sucesso, acho.No universo dos relacionamentos, um deles me chamou atenção recentemente, apesar de já ser um livro bem conhecidos do público.
Trata-se de Relacionamentos, de autoria de John Gottman e Joan DeClaire. Gottman é professor de Psicologia na Universidade de Seattle, em Washington, nos Estados Unidos, terapeuta de casais e autor também de outro livro bem conhecido, Inteligência Emocional. Os dois foram feitos pela Editora Objetiva. No livro, ele apresenta o que chama de “programa revolucionário para uma vida emocional mais feliz e duradoura na família, no trabalho e no amor”.
A intenção é proporcionar a todos uma vida mais estável e tranquila afetivamente, aquilo que quase todos nós almejamos quando saímos em busca de um parceiro (a). E muitas vezes nos queixamos que nosso relacionamento é conturbado demais, ou frio demais, sem graça. Como achar o meio termo, não é?
O autor nos fala em “deixas emocionais”. Elas são nada mais do que nossos gestos e atitudes – aqueles que fazemos diariamente sem nos dar conta. Gottman sugere que pequenos ajustes neles podem mudar inteiramente nosso modo de se relacionar com os outros. Pensando mais especificamente em nossas relações amorosas, é fácil constatar o que diz o autor do livro. A forma como recebemos essas “deixas” é que fazem toda a diferença. Sabemos disso! Quantas vezes estamos irritadas e interpretamos mal um simples comentário do nosso pretendente, parceiro ou ainda apenas um “amigo virtual”?
O autor afirma que “uma deixa emocional pode ser um sorriso compreensivo, um toque, um gesto, ou mesmo interações mais diretas, como comentários e perguntas íntimas”.
Segundo Gottman concluiu, as pessoas mais felizes em seus relacionamentos são aquelas que dão muita atenção às deixas emocionais.
E isso se traduz em apresentar as suas e perceber como elas são manifestadas pelos outros. Também é importante ver como estamos percebendo as deixas que nossos parceiros (as) nos emitem.
Traduzindo mais: como somos percebidos (as) pelos outros? Nos mostramos como somos, gostamos da imagem que passamos ou podemos mudar alguma coisa? E como os outros se mostram para nós? Será que estamos atentos a todos os sinais ou só enxergamos aquilo que nos interessa ver?
Não acho que o livro traga todas as respostas. Pelo contrário, traz é muitas dúvidas e nos fala em muitas obviedades. Mas, de novo, será que estamos levando essas obviedades em conta quando estamos diante de nossos pretendentes, por exemplo, no mundo virtual? Acho que às vezes a má interpretação dessas dicas emocionais, de ambos os lados, seja no mundo virtual ou não, podem gerar desgastes desnecessários nas nossas relações afetivas.
Acho que vale dar uma pensadinha sobre isso…. Nos mostrar com mais transparência, como somos realmente, e ficar mais ligado (a) nos pequenos gestos e atitudes do nosso companheiro no dia-a-dia.

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