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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

No amor, vale mais ser fiel ou leal? Tem diferença?

Você já deve ter ouvido essa discussão: “Ele é fiel a você? Tem certeza disso?” Eu já ouvi muitas vezes essa conversa e até onde ter certeza, não é? Aliás, devolvo a pergunta aos homens: “Ela é fiel a você? Tem certeza?” Digo isso porque já ouvi muito homem infiel dizendo que a mulher dele, ah, essa é uma santa…. só ele “apronta”,  mas diz com todas as letras que a ama e não vai se separar dela por nada. Deve ter mulher que diz o mesmo, claro.
Agora, o que me veio à cabeça, lendo uma reportagem, é até que ponto uma pessoa – homem ou mulher – pode ser fiel e desleal ou infiel e leal?
E qual a diferença entre essas duas coisas? Uma amiga experiente me diz que dá pra ser fiel e desleal. “Você pode não trair nunca seu parceiro de verdade, mas porque não tem coragem. Agora, pratica pequenas deslealdades, falando mal dele, se insinuando para outros”.Ela também acha que dá para ser infiel – ou seja, ter mais de um parceiro – mas ser leal. “É aquela pessoa que assume para si mesma que naquele momento ficou a fim de outro ou outra, mas nunca fala mal do parceiro ou parceira, tenta compreender as razões disso e faz de tudo para respeitar o companheiro (a), não machucá-lo.
Fiel, no dicionário, é sinônimo de leal e vice-versa. Mas há diferenças sim, eu acho. Até porque na, definição do dicionário que consultei, fiel é aquele que cumpre aquilo a que se obriga”. Na definição de leal, o que me chamou mais atenção foram as palavras “franco, sincero”.
Fidelidade é palavra forte, mas eu pessoalmente acho leal mais forte ainda. O fiel parece que se mantém assim por obrigação, quase. Mas cadê o amor? O leal me parece mais amoroso, sincero de verdade. Mas posso estar errada também, confusa, não sei…
Mas o que eu acho é que na sociedade em que a gente vive, fiel tem mais peso. “As pessoas juram fidelidade no casamento”, me lembrou uma amiga. “E isso é sério. Se deixam de ser fiéis, são traidoras”. Nossa, trair é que é palavra forte, hein? Ser chamada (o) de traidora (o) é muito desagradável, ninguém quer ouvir isso.
Tem gente que diz que perdoa uma infidelidade, mas não uma deslealdade – ser desleal se aproxima mais daquele que é traidor, apunhala pelas costas, é fingidor. Amigos de verdade, por exemplo, são aqueles leais até o fim, que não te deixam na mão nunca.
Bem, isso é conversa de roda de amigas, trocando figurinhas, desabafando. E o que pensam os especialistas? Li um artigo em que uma psicóloga, Maria Alves Bruns, diz que essa coisa de ser leal ou fiel tem a ver com o “pacto que o casal estabelece entre si”. Ou seja: nada de regras prontas. Isso tem um pouco a ver com o que eu já escrevi sobre poliamor, acho.
A discussão não é simples não… rende muito, mas eu concordo com a especialista que esse tipo de coisa – a não ser quando se trata de uma separação legal, ou seja, nos termos da lei – deve ser discutida entre o casal.
Nem precisa ser tão direto assim, tipo: “Vamos ser fiéis ou leais?” Acredito que essa conversa, aprofundando-se uma relação, acaba vindo à tona uma hora ou outra. E aí é que aparecem as divergências e convergências, que talvez se acerte ou não o tal pacto… mas relacionar-se é isso mesmo: é bom, mas não é simples – ou é?

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