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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Já que não vou mais te procurar

Já que não vai mais parecer, mande um recado, para que eu saiba que você ainda vive.
Se não quer mais falar, escrever um bilhete que prove que você ainda pensa em mim. Entendo que não queira mais dizer aquelas palavras repartidas e cheias de eco, então escreva uma carta, que conte teus sentimentos puros e ingênuos e façam me sentir o que você está sentindo. Quero compreeender tua dor, seu sentimento obscuro, tua mágoa. Escreva num papel qualquer, algo que me faça lembrar de você com mais intensidade; escreva aquelas palavras reapartidas e cheias de eco que mostram quão grande é teu coração, porque maior que você não há. Depois me ensine este sentimento, para que eu lembre sempre de você. Um bilhete ou outro recado qualquer é o que eu te peço. Só pra lembrar.
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Ano novo. Vida nova. Mas será mesmo? O ano passado passou, mas será que tudo mudará? Será que os sonhos se realizarão? Será que os votos de felicidade se concretizarão, ou teremos que aprender com a vida mais um pouco? Muita coisa já mudou; amores se passaram, odios se dissiparam, histórias é que ficaram e sentimentos congelaram, ou se multiplicaram. O tempo se renova e a vida progride mesmo tudo parecendo estar parado, algo está sendo preparado para nós e o futuro será, se Deus quiser, brilhante e renovador, porque o instante é incerto e cabe a nós aceita-lo diante mão.
E tudo vai mudar...

Frustração. Essa é minha palavra. Eu que esperava algo bom e me esperava paciente e compreensivo me vejo hoje frustrado e cansado disso.
Quero ruas desertas. quero estradas abertas, quero viver da minha insanidade.
As palavras que eu aqui escrevi até hoje não soube usar. Nem os versos que eu escrevi embalados de poesia e verdade, eu não soube aproveitar. As oportunidades desse caminho eu deixei atravessar. E agora o que faço com essa frustração? Não dá pra enfiar goela abaixo, nem dá pra colocar no vaso sanitário e dar uma descarga. Ela me acompanha, me espanca e me tira do sério.
Eu queria por um momento aproveitar a chance de escapar, mas o medo me coloca de novo no mesmo lugar, lugar de medo.
Acho que preciso me expor por alguns momentos e seguir a minha vontade.
Seria melhor eu enlouquecer agora, mas poder viver o que eu quero?
Sei que as pessoas não me seguiriam, achariam errado, mas eu estaria cumprindo a máxima de minha vida: fazer o que se tem vontade.
Tenho medo de enlouquecer e cair e não conseguir me reerguer. Tenho medo da morte solitária e de ficar conhecido como um mero louco que quis se matar.
Mas se der certo vou me orgulhar, vou ter a certeza de que eu fiz o que pude e venci.
Mas enlouquecer dessa forma é pouco comum e muitas vezes, eu já ouvi, deu tudo errado.
Mas o que é ruim aparece logo, já o que é bom é difícil de se iluminar perante o mundo. Muitas vezes permanece na escuridão e o desconhecimento durante muitos anos; e as vezes para sempre. E se eu tiver que voltar atrás depois de enlouquecer, as pessoas me odiariam com com certeza. E as mentiras se esgotariam.
Ainda não sei o que resolver. Mas ainda vou saber.
Rasgue os lençóis. Quebre a parede ao meio. Fure o dedo e diga adeus.
Vontade de ver tudo desabar, de ver você cair e se afundar. Raiva!
Jogar tuas coisas fora, cortar teus pulsos, sumir com os seus enfeites. ódio!
Roubar um carro, atacar alguém na rua. Me jogar daqui de cima.
Roubar doce de criança, envelhecer na fazenda, correr pra longe!
Me frustro.
Parar de palhaçada, quebrar as porcelanas, espatifar os vidros.
Sumir, desaparecer, evaporar.
Quero retornar ao que era antes. Quero que o mundo exploda nesse exato momento!
Me dá minha alegria e minha vontade de viver, por favor?
Vou correr pra muito longe, onde nem o sol vai me achar.
Na verdade vou ter que ficar e ter que aguentar. Me frustrar!
Mas não queria assim, me tire daqui! Me ajuda a viver de novo!
Puxar as cortinas, engolir minha raiva e aturar o insuportável.
Espero assim aguentar, espero assim não me matar!
Raiva, ódio... raiva!
Ainda choro por uma falta que eu não sei qual é.
Ainda sinto um vazio por algo que eu não sei que morreu.
Mesmo as coisas parecendo estar se encaminhando do jeito que deveria ser, meu coração ainda insiste em sentir essa angústia. Uma revolta me expulsa do meu ser. Uma coisa ainda está errada.
Meu vazio ainda não aprendi a preencher com coisas fúteis. Preciso de algo forte e concreto para viver dignamente.
Talvez eu precise de um coração perto do meu, de um sentimento pulsante em minha alma, ou talvez esse sentimento estranho em mim seja realmente necessário.
Eu ainda não aprendi a dizer adeus aos meus sonhos e morro aos pouco por perdê-los de vista; assim sem concretizá-los. Minhas lágrimas já não fazem parte de mim, já não me acalmam.
Ainda sinto uma ausência em meu ser que me faz dizer coisas sem sentido.
Ainda vivo sem um bom objetivo. Ainda sinto medo do mundo.
Penso em coisa muito grandes e me perco em minha pequenez.
Não posso sequer pensar em você que meu coração despedaça. E se você ainda estivesse aqui...
Talvez essa angústia em mim, seja apenas prenúncio de coisas boas. Ou a constatação do fracasso. Mas isso só o tempo vai me responder. Ainda saberei o porquê desse vazio todo.
Talvez ainda lembrarei disso tudo.
Ele não deu valor. Ele perdeu e agora chora pela falta.
Ele não teve tempo de se redimir, de pedir perdão, de reconhecer o seu erro.
Ele foi vítima de sí mesmo, do seu próprio orgulho, da sua própria solidão. Ele foi covarde, ele não soube o que era dar amor e carinho, aí foi que ele perdeu; Perdeu tudo o que era bom e digno.
Ele foi ambicioso, foi manipulador, foi criança demais. Ele perdeu o amor e o carinho dos outros; Perdeu a confiança e a auto estima. Ele perdeu tudo.
Ele se arrependeu. Mas ninguém acreditou, ninguém deu uma segunda chance.
Então ele se mudou. Pra bem longe. Ele se sentiu melhor por algum tempo, mas logo foi caindo em sí e percebeu que deveria voltar e fazer diferente, deveria reconquistar sua confiança e se impor diante das dificuldades. Ele acabará por voltar e tentará fazer tudo diferente. Tentará repor as energias e secará as lágrimas dos outros como forma de se redimir. Não abaixará a cabeça e será por fim perdoado... por si mesmo. Ele conseguirá vencer e derrotar seus próprios males. Ele será tudo o que quiser ser. Ele triunfará.

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