"Os adultos se esquecem facilmente de que foram crianças porque se acham integrados num mundo diferente,o mundo da gente grande. Esse mundo dos adultos é geralmente feito de ambições, temores, ódios e violências. E um mundo hostil, muitas vezes brutal. Os adultos se tornam criaturas práticas, objetivas, eficientes — o que vale dizer egoístas, secas, frias e insensíveis. Se fizessem algum esforço para vencer essa frieza mortal, lembrando-se um pouco da infância, voltariam a viver e seriam capazes de amor e ternura.
A Educação é um ato de amor, é a ajuda das pessoas grandes para que as crianças também possam crescer. Os adultos sem amor não podem educar. Pelo contrário, deseducam. Às vezes a escola destrói a educação iniciada no lar, e às vezes é o lar que destrói a educação dada na escola. Se os pais são insensíveis,a criança é infeliz, carente de amor. Se os mestres são estúpidos, a criança tem medo da escola. Mas o pior de tudo é a indiferença, a frieza. Pais e mestres que olham para as crianças com olhos de múmia, de rosto impassível, são carrascos executando vítimas inocentes. Queimam essas plantinhas tenras, que são as crianças, como um sol ardente crestando semeaduras no campo.
As crianças necessitam de afeto, de carinho, de atenção. A natureza humana é diferente da natureza animal. Não se pode nem se deve querer domesticar uma criança como se fosse um cachorrinho, domá-la como se fosse um potro. Cada criança é uma inteligência despertando para a vida, e mais do que isso, é uma consciência que desabrocha. Essa inteligência e essa consciência precisam de aceitação e compreensão, pois do contrário se ressecam, tornam-se amargas, voltam-se para a rebeldia e a maldade. Os próprios animais não podem ser domesticados apenas com violência."
J.Herculano Pires, in Pedagogia Espírita
Achei interessante trazer este extracto para reflexão...
Relmente esquecemo-nos depressa de como fomos crianças, dos anseios e dos sonhos que traziamos na infância, da espontaneadade que nos fazia perguntar e questionar sobre tudo.
É urgente cultivar esse amor natural, que nada impõe nem julga, que acompanha e estimula a valores mais altos!
Dora - Uma das primeiras reações é a introspecção. A criança não entende por que está sendo agredida. Os pais costumam alegar que é porque ela fez alguma coisa errada. Mas também nesse aspecto é importante se colocar no lugar da criança. Se o marido chegar em casa e o jantar não estiver pronto, é certo a mulher apanhar? Alguns pais batem em seus filhos porque eles não foram bem na escola. Mas o certo aí não seria verificar o que está acontecendo? Talvez ela não tenha entendido a lição. Talvez a melhor alternativa seja fazer a criança estudar mais, mas não bater nela. Uma das conseqüências de tentar educar a criança com violência é que estamos ensinando para esta criança que este é o jeito de resolver as coisas, na base da força. A criança também repete a atitude dos pais como forma de tentar compreender o que está se passando. Afinal, não é comum a criança brincar de imitar o adulto? Ela faz comidinha, acalenta a boneca como um bebê e faz de conta que vai para o trabalho como forma de tentar compreender o que se passa no universo adulto. Se ela recebe violência em casa vai ficar muito atrapalhada. É difícil dizer exatamente como a violência vai repercutir em cada uma, mas é muito comum o adulto violento ser alguém que apanhou em sua própria infância. Em geral, são também pessoas muito inseguras. A vitimização causada pela violência também pode se traduzir de várias maneiras. Uma delas é a manifestação de doenças físicas. Além disso, essa criança se torna um adulto sem autonomia de julgamento. Ela não consegue pensar a regra. São as pessoas que tendem a repetir: "eu apanhei porque eu merecia". E esta era a fala da mãe. Não estou dizendo que em algum momento não seja necessário dar punição, castigo. A punição precisa existir, quando necessário. O que eu discuto é o tipo de punição.
Tenho certeza de que se a humanidade pudesse guardar por toda a vida certas características infantis, viveríamos num mundo muito mais justo e feliz.
Imagine a humanidade sendo sincera, expontânea, corajosa, curiosa, amável e sociável como uma criança... Puxa vida, é utópico, mas seria muito bacana...
Eu percebo que quando somos crianças, mostramos muito mais quem somos de verdade. Não temos vergonha de ser nós mesmos. Não temos medo de dizer não, nem de que achem isso ou aquilo de nós.
é realmente incrível como nos esquecemos tão facilmente de amar, respeitar e gostar das pequenas coisas que alegram nossos corações. E só nos lembramos disso quando vimos artigos como esse que você postou.
Deixamos o medo, a insegurança tomar conta do nosso ser, e passamos a viver como um animal na selva tentado se salvar de tudo e de todos. Correndo dos que poderiam realmente ser nossos amigos com medo de nos devorar. Voltamos contra nosso passado como se fosse o terrorista da nossa vida. E deixamos o que foi realmente belo em um cofre onde nem a gente mesmo consegue abrir. Assim fica realmente difícil reencontrar aquele amor inocente que algum dia nos alimentava, e nos enchia de esperança para o presente, porque futuro era o cheirinho do jantar que nossa mãe preparava.
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