Tragédia na região serrana do Rio de Janeiro tem quase 800 mortos
A tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, que neste sábado (22) completa 11 dias, já contabiliza quase 800 mortos. Pelos balanços da Secretaria Estadual de Saúde e da Defesa Civil do Rio de Janeiro (Sesdec-RJ) e números das prefeituras e Defesas Civis municipais das cidades atingidas, ao menos 792 pessoas morreram desde o início das chuvas, no último dia 12.Nova Friburgo é a cidade que concentra o maior número de mortos: 381. Teresópolis tem 316, o distrito de Itaipava, em Petrópolis, 66, Sumidouro, 22, além de uma morte em Bom Jardim e seis em São José do Vale do Rio Preto, onde os corpos foram encontrados, mas que, de acordo com a prefeitura, não seriam de moradores da cidade e devem ter sido levados até lá pelas enchentes.
Evolução do número de mortos
- Fontes: Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, prefeituras das cidades afetadas e Polícia Civil do RJ
Turismo
Enquanto Petrópolis sofre com o cancelamento de reservas e a diminuição drástica na quantidade de turistas --ainda que os estragos tenham sido concentrados no distrito de Itaipava-- , em Teresópolis, 85% dos hotéis funcionam normalmente.Segundo Michel Al Odeh, secretário municipal de Turismo da cidade, 40 dos 47 hotéis e pousadas da cidade funcionam regularmente, como se um desastre natural não tivesse castigado a cidade. “85% da rede hoteleira está funcionando. Só dois hotéis ainda têm problemas no fornecimento de luz elétrica”, disse o secretário.
Al Odeh está otimista quanto à recuperação da cidade. Ele argumenta que os esforços têm que se dividir em duas frentes. “O eixo que cuida dos desabrigados, da construção das casas populares; e o eixo da recuperação da imagem da cidade, da revitalização total da logística do comércio."
Moradores de Itaipava seguem isolados
Em Socorro, bairro localizado em um dos morros da serra de Itaipava, em Petrópolis, os moradores ainda continuam sem perspectiva de sair do isolamento. As fortes chuvas deixaram lama e troncos espalhados pelo local, bloqueando todos os acessos até a região.Sem luz nem abastecimento de água, grupos voluntários se arriscam para levar alimentos, remédios e roupas à população. A reportagem do UOL Notícias acompanhou a ida de um grupo de resgate voluntário, formado por cariocas da Associação Brasileira de Resgate, e uma veterinária até o local, numa caminha de cerca de quatro horas.
O acesso é feito por uma então estrada que sai do Vale do Cuiabá, um dos pontos mais devastados na região, onde o rio Santo Antonio encheu e levou casas inteiras em plena madrugada --com seus ocupantes dentro, muitos dormindo.
Em Teresópolis, carnaval cancelado
Nesta sexta (21), o prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, anunciou que o fundo especial criado pela prefeitura após a catástrofe natural já reúne R$ 19 milhões. Doações feitas em dinheiro pela população representam mais de R$ 3 milhões. A verba do fundo deve ser usada na ajuda emergencial às famílias prejudicadas, na reconstrução da cidade, bem como em outras ações de médio e longo prazo.O governo federal destinou R$ 7 milhões à cidade. O governo do Estado do Rio de janeiro repassou R$ 4 milhões, dinheiro a ser empregado na área da saúde. O município desembolsou R$ 5 milhões, dos quais R$ 1 milhão foi cedido pela Liga das Escolas de Samba, que abriu mão do estímulo financeiro municipal. Assim, não haverá carnaval de rua em 2011.
* Com informações dos enviados especiais do UOL Notícias Daniel Milazzo, em Teresópolis, e Arthur Guimarães, em Petrópolis
A Polícia Rodoviária Federal tem em funcionamento quatro postos de arrecadação. Dois deles trabalham 24 horas: na BR-116, na região do pedágio da Rio-Magé, e na BR-101, perto de Casimiro de Abreu. Outras duas unidades funcionarão das 8h às 17h e ficam nas rodovias Rio-Petrópolis e Presidente Dutra. Os materiais serão entregues à Cruz Vermelha.
A Cruz Vermelha recebe doações nas unidades do Rio de Janeiro (praça Cruz Vermelha, 1012, centro) e de Nova Iguaçu (na rua Coronel Bernardino de Melo, 2085, e na rua Alberto Cocoza, 86, centro).
O governo do Rio de Janeiro recebe doações no 4º andar do prédio anexo do Palácio Guanabara, na rua Pinheiro Machado s/n, em Laranjeiras. Os principais pedidos são por água mineral e leite, devido ao grande número de crianças desabrigadas em todo o Estado.
Canis também precisam
de ajuda
Os doadores na capital fluminense também podem levar mantimentos à rodoviária Novo Rio, que trabalha junto da Cruz Vermelha. As entregas estão sendo feitas no piso de embarque, das 9h às 17h, na avenida Francisco Bicalho, 01, Santo Cristo.
O Metrô Rio, em parceria com a ONG Viva Rio, recolhe a partir de sexta-feira (14). A coleta será feita em 11 estações das Linhas 1 e 2: Carioca, Central, Largo do Machado, Catete, Glória, Ipanema/General Osório, Pavuna, Saens Peña, Botafogo, Nova América/Del Castilho e Siqueira Campos. Serão aceitos água, alimentos não perecíveis e material de higiene pessoal até 11 de fevereiro. A campanha já recebeu a primeira doação, do próprio Metrô, de R$ 10 mil reais em mantimentos.
A ONG Viva Rio também contribui nos esforços e recebe mantimentos na sua sede, na rua do Russel, 76, Glória. O telefone para contato é (0xx21) 2555-3750.
A rede de supermercados Pão de Açúcar também tem postos de arrecadação em suas lojas e nas das unidades Sendas, Extra, ABC Compre Bem e Assaí. A empresa afirmou que as doações serão enviadas até 26 de janeiro.
A sede do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) está recebendo doações para ajuda aos desabrigados e desalojados pelas chuvas. Alimentos não-perecíveis, colchonetes, materiais de higiene e limpeza, sobretudo fraldas, e principalmente água, podem ser doados. A sede do órgão fica na avenida Venezuela, 110, praça Mauá no centro do Rio de Janeiro.
Shoppings centers do Rio de Janeiro abriram postos de coleta de donativos. Todo o material recebido será entregue a entidades e órgãos públicos envolvidos na assistência. A administradora Aliansce abriu hoje caixas de coleta nos corredores dos shoppings Leblon, Via Parque, Grande Rio, Caxias, Bangu, Carioca, Passeio e Santa Cruz. Os centros comerciais da Aliansce também vão doar R$ 100 mil em itens de primeira necessidade.
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