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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Segunda chance

A minha borboleta voltou para o meu jardim
Nádia* casou-se cedo, aos 19 anos. Ela afirma que não sabia muito bem se o que estava fazendo era a escolha certa. Pedro*, seu noivo, parecia um ótimo partido, uma pessoa honesta, com boa índole e se dizia louco por ela. O casamento foi bastante simples, a noite de núpcias foi quase um desastre, mas a convivência nos quatro anos seguintes mostrou-se tranqüila para ambos até que Nádia, grávida, começou a desconfiar da fidelidade do marido, que saía constantemente à noite. Quando ameaçou dar um ultimato a Pedro, surpreendeu-se com uma agressão física. Após seis meses, ela pediu o divórcio.

Arrependido, ele reapareceu um ano depois, fazendo juras de amor e prometendo mudar seu comportamento. A mágoa já não tinha tanta força, ela não resistiu aos pedidos de Pedro. Resolveu perdoar e voltar para o ex-marido. "Pedro prometeu que dessa vez seria diferente e que me amava muito para viver longe de mim. Realmente, não tive mais conhecimento de possíveis traições e ele não encostou mais o dedo em mim com violência", revela Nádia.

Apesar de ter falhado na primeira, o casal voltou com mais vontade de ficar junto. "Aos poucos, o amor que sentia foi reacendendo e ficando até maior do que antes. Era como se tivéssemos acabado de nos conhecer, um recomeço de verdade. Depois de um tempo, ele me pediu em casamento outra vez e eu aceitei. Acreditava que ninguém mais poderia nos separar novamente", conta.

No entanto, nem tudo foram flores. Depois de mais cinco anos juntos, as brigas se tornaram cada vez mais freqüentes e Nádia resolveu, em 2003, largar o marido pela segunda vez. "Não agüentava a estupidez dele. Ele se mostrava uma coisa no início e depois agia de outra forma. Não respeitava a mim nem ao nosso filho, me agredia verbalmente e às vezes até fisicamente. Eu vi que estava me iludindo achando que ele mudaria, decidi que não permitiria mais ser enganada nem que eu enganasse a mim mesma", confessa ela, que mora há um ano com outro parceiro.

“Ele é o homem da minha vida. Jamais me perdoaria se tivesse deixado-o escapar mais uma vez. Acho que este tempo separado não destruiu nada do que a gente tinha e só serviu para crescermos e nos aprimorarmos”

A história de amor de Nádia e Pedro não teve um final feliz, mas é apenas uma entre muitas que poderiam ter dado certo, se o futuro atendesse às esperanças de casais que se dão uma segunda chance após uma separação. Assim como Nádia, a professora Adriana Fontes, de 29 anos, seguiu o coração e concedeu uma nova oportunidade para um ex-noivo, que hoje é seu marido. "Namorávamos desde 1999 e éramos muito apaixonados. Mas assim que ficamos noivos ele teve que mudar de estado a trabalho e não tinha condições de viajar com freqüência para me ver. Apesar de amá-lo, não resisti às saudades, à distância e ao ciúme, e chegamos à conclusão de que seria melhor dar um tempo", diz Adriana.

O noivo relutou de início, mas quatro meses depois de ir embora já estava saindo com outra pessoa. "Fiquei muito chateada quando soube, mesmo que a gente não estivesse mais junto. Ele sempre dizia que estava apenas tentando me esquecer, e que no fundo ainda me amava, mas meus amigos enchiam a minha cabeça contra ele. Só que, dentro de mim, eu sabia que ele estava sendo sincero e que eu também só queria ficar com ele", explica.

Adriana procurou sair com outras pessoas, mas a cabeça e o coração permaneciam na lembrança do ex. Quatro anos se passaram, ele pediu demissão do emprego e voltou à cidade de Adriana. Quando se reencontraram, tudo voltou a ser como antes: "Sentimos no olhar um do outro toda aquela paixão de novo. Não teve jeito. Reatamos e marcamos a data do casamento no ano seguinte", conta a professora. "Ele é o homem da minha vida. Jamais me perdoaria se tivesse deixado-o escapar mais uma vez. Acho que este tempo separado não destruiu nada do que a gente tinha e só serviu para crescermos e nos aprimorarmos", relata.

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