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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Grito Preso de Amor

Grito Preso de Amor

Hoje me encontro preso entre palavras que ecoam meus pulmões
Como se o sobro sem voz dominasse toda minha alma
Transformando o vento mudo em tempestade gritante
Que dia e noite se revoltam com o tempo e o espaço da dor
Dilacerando minha carne, fazendo de minhas veias um rio de magoas
Inundando a ilha dos meus amores sem deixar uma só poeira
Pra quem sabe depois da tempestade reconstruir outro castelo de areia

Que palavras cortantes são essas que em miúdos se tornaram caos?
Aprisionando meu verbo, que tornou imperfeito o meu pretérito mais-que-perfeito
Fazendo da minha voz a boca de um tufão de emoções mudas
Que nos quatro cantos da vida não se ouve nada, a não ser meu pulso desgovernado
Batendo na mesma freqüência do mar revolto em noites de tempestade

Tenho fé que um dia a santa chuva vai umedecer minha garganta seca
Rompendo todo lacre do medo, das magoas e das angustias
E esse grito preso liberte-se e voe nas asas do infinito vento
Ocupando todos os cantos em forma de canto na voz do sábia
Que em melodias firme há de cantar um dia: Amo-te tanto, tanto...

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