Quando uma pessoa é acusada de um delito e encarcerada, automaticamente, acaba carregando para dentro do cárcere também seus familiares. Por mais que se negue, e seja por deveras injusto, a realidade é que a discriminação se estende por quem não entende aos parentes e pessoas próximas.
Como se o sofrimento da família já não fosse o suficiente, este se agrava quando se vai a uma visita num presídio, principalmente em dia do chamado “plantão sujo.” Há toda uma formalidade para que seja permitida a entrada de um visitante em um Presídio (o que é normal). Porém, não se atentando ao fato de que todas as formalidades foram devidamente preenchidas, razão pela qual a visita se faz presente, tem funcionários que não se limitam e sem qualquer receio, tendem a tratar de forma desumana os que na fila esperam para adentrar os presídios.
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Como se acusados e visitantes, fossem todos já sentenciados e respectivamente pelo mesmo crime, são indignamente recebidos. Havendo um total desrespeito e descaso que se alastra, sem qualquer importância em separar crianças, mulheres e idosos, estes são em diversas unidades e sem quaisquer razões “marcados”.
No entanto, há determinados dias, em que a visita parece impraticável, se em plantão normal, já existe uma minuciosa revista e esta nada agradável, em dia de “plantão sujo” a coisa piora. O plantão sujo é o dia (que como se fosse proposital), funcionários desgostosos com salário, trabalho, condições e latente discriminação, formam um turno para trabalhar.
Como se todos os erros da humanidade, brotassem pelas mãos das visitas, estes funcionários, são os que mais rotulam, castigam, ofendem e minimizam familiares, aplicando pena dupla a quem esta nos cárceres, (mesmo que seja apenas pessoa acusada, sem sentença penal condenatória transitada em julgado) imputando culpa a todos sem distinção.
Como se todos os erros da humanidade, brotassem pelas mãos das visitas, estes funcionários, são os que mais rotulam, castigam, ofendem e minimizam familiares, aplicando pena dupla a quem esta nos cárceres, (mesmo que seja apenas pessoa acusada, sem sentença penal condenatória transitada em julgado) imputando culpa a todos sem distinção.
Por incrível que pareça, a Mulher, mesmo na condição de visita, acaba sofrendo muito mais, assim como a Mulher encarcerada. Normalmente a revista que já é degradante, torna-se ainda pior, quando a voz autoritária e em tonalidade alta, sem distinção ecoa, colocando as mulheres, que às vezes, são mães indo visitar filhos, e crianças que vão visitar pais/mães detidos.
Se a pessoa visitante desconhece o dia de “plantão sujo” ou não tem outro dia para levar “jumbo” (compras e agasalhos) a situação piora. Primeiro a visita passa pelo balcão de revistas dos pertences, sendo que o proibido (como desodorante spray, só entra aerosol ou rolon, chaves, frutas cítricas, enfim) fica quase sempre em armarinhos ou aos cuidados de quem esta no balcão que entrega uma senha para a retirada do que fora deixado.
Neste dia, para evitar insultos deve ser evitado pacotes de balas, bolachas e chocolates, pois os agentes não silenciam e no mínimo exclamam: -“Você pensa que aqui é a ‘gozolândia’? Não é não! Isso é cadeia, falo”? –Revela Dona Mirtes que vai sempre que possível visitar sua filha, acrescentando: -"Eu sei que nem sempre as pessoas precisam estar de bom humor e sei também que o salário deles é ruim como o nosso. A vida afinal é difícil pra todo mundo. Mais a gente não pode pagar pelos erros do mundo. Sabe, eu sei que tem gente que traz coisas que a gente nem sabe se é pra comer ou usar, mais eu não e a maioria que vem aqui também não tem facilidade na vida. Acho injusto maltatar todos nós, se a minha filha errou, já esta pagando"... Lamenta.
Passado o balcão das revistas referentes ao Jumbo, às visitas passam por detector de metais (quase em todas as Penitenciárias é assim) então, vão para a salinha da revista pessoal. Lá se tira todas as peças de roupa e estas vão sendo entregues nas mãos das funcionárias (no caso de revista feminina), uma por uma. Depois, a visitante tem que jogar os cabelos para frente, abrir a boca, levantar a língua, agachando e levantando no mínimo três vezes. Existem revistas ainda piores, ou seja, mais profundas...
Modelo de um Banquinho eletrônico Por: Elizabeth Misciasci
Fora todo esse processo, ainda há as Penitenciárias que utilizam o “banquinho”, ou seja, banquinho eletrônico que detecta a presença de corpos estranhos no organismo.
O “banquinho” detector não é usado apenas na revista de visitantes, mais também na vistoria de reeducandas. As pessoas têm de ficar só com as peças íntimas e sentar no banco por alguns minutos. Embora haja dias, em que a “respectiva sentada” se faz sem nenhuma peça de roupa.
O “banquinho” possui um dispositivo dentro do assento gera um campo eletromagnético que detecta metais, como os que existem em celulares. O alarme então começa a soar e a piscar luzes. No entanto, ele não é o bastante para evitar a “revista”, pois não conseguem detectar drogas, apenas equipamentos metálicos.
“Olha fia a gente passa vergonha e fica com nojo, tem dia que o pessoal ta muito bravo e além de faze nóis senta pelada, ainda não bota papel, já cheguei a chorá”. –Comenta Dona Ana que por ir visitar a neta quase que semanalmente, nos impede declinar identidades e unidade prisional.
*Nota:- Por Elizabeth Misciasci - O texto pode ser copiado, reproduzido, acrescentado em teses, artigos e tccs, trabalhos, pesquisas, desde que não seja alterado, nem modificado o teor, mencionada a autora, endereço e fonte. E seja destinado a obras Sem fins lucratícios.
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