Há várias formas de relatar como é a "vida" numa Penitenciária Feminina. Por serem casos isolados, dentro de um sistema penitenciário variado, me possibilitou, (enquanto pesquisadora, escritora e posteriori presidente do Projeto zaP!) conhecer, ouvir e perceber a existência (não só no que trata a sobrevivencia), mais o cotidiano e parecer sob a ótica de cada uma delas. Sem dúvida alguma, posso afirmar que a "sobrevivência" e a posição destas, se divergem. Assim sendo, a Vida das Mulheres na condição de pessoa presa, não é vista, vivida, nem sentida de forma similar.
Diante de um sistema prisional construído por homens e para homens, as mulheres enfrentam situações específicas e graves. Neste quadro onde as condições ainda são pouco discutidas pelo poder público e praticamente desconhecidas pela sociedade em geral, uma imensa "fatia" tenta sobreviver.
Em tese as mulheres que estão aguardando julgamento, são as que enfrentam as piores condições. A superlotação e os relatos de maus-tratos são mais freqüentes. A assistência médica e jurídica é precária e quase não há trabalho remunerado que lhes permita obter a remição de pena (onde três dias trabalhados dão remissão a um dia de cumprimento na pena).
Sem nenhuma pretensão nem regionalismo, posso contar, recontar os milhares de fatos, relatos, desabafos e confidências que testemunhei. Talvez, pelo próprio vínculo de amizade que inevitavelmente criei e crio com muitas (a maioria) delas, sempre tive e tenho maior acessíbilidade aos acontecimentos cotidianos. Assim também se dá, nas variadas formas que estas mulheres encontram para demonstração (ou ocultação) de sentimentos e a maneira como algumas driblam e sobrevivem dia a dia encarceradas.
Pelo fato de termos muitas mulheres detidas em regiões diferentes, onde a cultura, a formação familiar, a formação educacional, a religião, a condição de maternidade ou não, as muitas estrangeiras, as que possuem relações afetivas fora dos cárceres, as casadas, as que são "laranja" as que são da "turma do vai pra onde o vento sopra" as do crime, e as do crime mais integrantes de algum partido "comandos" fazem com que cada qual passe suas experiências, de forma exclusiva, sendo totalmente pareceres pessoais.
De qualquer forma, e sem rótulos, quase sempre é assim...
Em tese as mulheres que estão aguardando julgamento, são as que enfrentam as piores condições. A superlotação e os relatos de maus-tratos são mais freqüentes. A assistência médica e jurídica é precária e quase não há trabalho remunerado que lhes permita obter a remição de pena (onde três dias trabalhados dão remissão a um dia de cumprimento na pena).
Sem nenhuma pretensão nem regionalismo, posso contar, recontar os milhares de fatos, relatos, desabafos e confidências que testemunhei. Talvez, pelo próprio vínculo de amizade que inevitavelmente criei e crio com muitas (a maioria) delas, sempre tive e tenho maior acessíbilidade aos acontecimentos cotidianos. Assim também se dá, nas variadas formas que estas mulheres encontram para demonstração (ou ocultação) de sentimentos e a maneira como algumas driblam e sobrevivem dia a dia encarceradas.
Pelo fato de termos muitas mulheres detidas em regiões diferentes, onde a cultura, a formação familiar, a formação educacional, a religião, a condição de maternidade ou não, as muitas estrangeiras, as que possuem relações afetivas fora dos cárceres, as casadas, as que são "laranja" as que são da "turma do vai pra onde o vento sopra" as do crime, e as do crime mais integrantes de algum partido "comandos" fazem com que cada qual passe suas experiências, de forma exclusiva, sendo totalmente pareceres pessoais.
De qualquer forma, e sem rótulos, quase sempre é assim...
Há as que preferem o cárcere, e se apegam a este, como de fato sua casa. Estas não demonstram desconfortos e quando podem relatam -"não quero sair daqui".
Há, as que morrem a cada dia. Não conseguem conviver com o cotidiano, apenas suportam em silêncio as medidas disciplinares "pesadas", as violências praticadas entre parceiras, as violências sofridas e praticadas por agentes, a falta de emprego, ou a exploração, a alimentação precária e o difícil período menstrual.
Há as que "fingem" que há uma multidão do lado de fora das muralhas esperando que saiam. Mais, na verdade, estas há muito foram literalmente abandonadas.
Há as que dizem: -"estou bem, melhor do que na rua"... Se comparada a vida que levavam. Estas, agradecem as amigas, a cama, a parceria, a comida e a "pousada".
Há as meticulosas, que passam o tempo arquitetando e colocando em prática seus bárbaros projetos. Sejam estes para vingança pessoal ou de "parceiras".
Há as que encontram na cadeia seu par. E vivem o tempo no cárcere, alimentadas de Amor (ou de muita briga) que chegam as vezes aos "extremos" e até fatais...
Há as que trabalham tanto, que só querem chegar em suas celas no final da tarde, para dormir. Pois assim o tempo passa mais rápido.
Há, as que mães, tiveram nos cárceres seus filhos e por estes sofrem do início ao fim.
Há as que gostam da denominação "ela é bandida" e há as que se envergonham de estar ou terem estado nos cárceres.
Sendo o inferno ou o conformismo diante de uma única opção, o fato é que as condições quase sempre, são desumanas e cruéis. Seja a visão de cada uma, reflexo de experiências boas ou ruins vividas nas ruas é certo que não são tratadas como Mulheres. Por mais que se esforcem os gestores de cada prisão, para amenizar problemas e proporcionar boa permanencia carcerária, não existem unidades criadas para aprisionar o feminil nem tão pouco manter de forma que atenda as necessidades que o sexo feminino exige. Assim, desconhecedoras dos direitos onde uma parcela razoável, adentrou muralhas vindas de um submundo, o pouco, muito vezes degradante é o tudo que ainda resta.
Contudo, um fator é comum: 99%, sofrem literalmente a Nível Nacional o latente abandono!
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