Alguns problemas que as Mulheres enquanto estão condicionadas a estarem presas, enfrentam.
As leis, bem como os cárceres, foram criadas pelo homem e para o homem... Assim sendo, sobreviver neste ‘território tenebroso’ é missão difícil e mais difícil e doloroso é o processo de reinserção social
Algumas reeducandas reclamam de sofrerem sevícias, contudo, a mulher, normalmente se apresenta discreta para tratar o assunto. Assim sendo, como ocorrem, aonde ocorrem e porque ocorrem, são assuntos até hoje evitados, porque a maioria alega o medo das certeiras represálias.
Quanto a teledramaturgia, as reeducandas e as Egressas, sempre acreditavam que pelo menos esta, (A Favorita) não fosse apenas mais uma... -"Já que tantas aprisionaram e não deixaram nenhuma mensagem. Porém, antes mesmo de estarmos em liberdade, somos aprisionadas e ainda mais marginalizadas, pela concepção errada de um escritor"... Relata A.S.V. (Mantida em cárcere há oito anos).
Mulheres esperam que a imagem estigmatizada gerada pelo cárcere, seja vista por um outro prisma, através de “A Favorita” e possa assim surtir resultados reais para as Egressas e para as que ainda estão encarceradas.
Quanto a teledramaturgia, as reeducandas e as Egressas, sempre acreditavam que pelo menos esta, (A Favorita) não fosse apenas mais uma... -"Já que tantas aprisionaram e não deixaram nenhuma mensagem. Porém, antes mesmo de estarmos em liberdade, somos aprisionadas e ainda mais marginalizadas, pela concepção errada de um escritor"... Relata A.S.V. (Mantida em cárcere há oito anos).
Mulheres esperam que a imagem estigmatizada gerada pelo cárcere, seja vista por um outro prisma, através de “A Favorita” e possa assim surtir resultados reais para as Egressas e para as que ainda estão encarceradas.
Sempre que algo polêmico entra “em cena” a opinião pública se agita, principalmente quando o telespectador encontra na teledramaturgia, notícias, que fictícias ou não, são as únicas referencias sobre determinado assunto.
Tratar o tema, Mulher Egressa, ou encarcerada é responsabilidade “a mais” sem dúvida alguma, pois além de ser uma triste realidade, as fragilidades existentes dentro do mundo “entre - grades” e as dificuldades encontradas na saída do cárcere se estendem de forma inimaginável.
Independente da tipificação do caráter delituoso, conseqüente permanência temporária em condição de pessoa presa, para cumprimento de pena, enfim. O tema é real, e vai muito além do fator culpabilidade.
Propício, necessário e uma oportunidade de se mostrar muito mais do que uma trama onde as protagonistas e antagonistas, tornar-se-ão mocinhas ou vilãs. Claro que ninguém quer ver sensacionalismo em horário nobre, mais abordar com sutileza, alguns aspectos que são ignorados pode ajudar de forma significativa a diminuir o alto índice da criminalidade feminina.
Uma hora na cadeia, equivale há um ano... E como cada caso é um caso isolado, nem todas conseguem permanecer ou sair do sistema prisional sem marcas e estas, (quando não externas) são indeléveis...
Há as que começam uma “nova pena” após a permanência carcerária. Normalmente quando existe apoio familiar, junto a este, vem cobranças diárias e dificuldades no convívio com o todo.
O resgate da identidade social, nem sempre é possível, pois as dificuldades impostas em meio ao preconceito e a falta de capacitação é fato. A trajetória que começa com os pulsos presos a algemas e uma ordem de prisão atravessam becos sombrios e frios, que vilipendiam o feminil sob todos os aspectos. O reflexo deste percurso, no final da linha é a portão de ferro que se abre para a tão esperada liberdade, porém, muito longe de ser realidade, outras portas são abertas... Recomeçar é o sonho para muitas. No entanto, a Mulher, quando não é “do crime” não desiste de driblar o cotidiano cruel e se reerguendo, vai à busca de conquistas não deixando esquecido no passado o que lhe pertence, feito ferina.
Para aquelas que “sobreviveram” dentro das muralhas, onde um bife ou uma palavra mal expressada/interpretada pode valer uma vida, afiar as garras é uma das primeiras lições que a escola da vida ensina com louvor.
Pois as leis, bem como os cárceres, foram criadas pelo homem e para o homem... Assim sendo, sobreviver neste ‘território tenebroso’ é missão difícil e mais difícil e doloroso é o processo de reinserção social.
Como Presidente do Projeto zaP! Já vi, ouvi e convivi com situações inenarráveis. Onde o cotidiano atrás da cortina de ferro, tem todos os elementos brutais, para transformar o “chamado sexo frágil” de forma significativa e absoluta em um outro ser...
Aqui, do outro lado dos gélidos alicerces onde com a alma, se conjuga o verbo ser ou estar... LIVRE a Reabilitação é Real!
Infelizmente, estereotipado por quem fantasia o que desconhece ou quer omitir resultados de trabalhos bem elaborados. Há os que tendem a massacrar ainda mais a Mulher egressa, generalizando-as, afirmando uma reincidência fictícia, para “bater um carimbo” de condenada sobre uma maioria, que por uma fatalidade... Passou uma temporada no inferno.
Um dos maiores problemas, (entre tantos) enfrentado pela mulher encarcerada é a condição em que ficam seus familiares após sua prisão (as que possuem). A separação dos filhos, para a maioria é uma das dificuldades mais complicadas e dolorosas, pois o processo de adaptação e superação dos problemas mostra-se em muitos casos irreversíveis.
A Mulher, enquanto casada ou amasiada, dificilmente consegue manter sua relação quando detida, pois se este, não for do crime, ou não tiver nenhum envolvimento com o delito da sua companheira em raríssimas exceções a amparam. Há casos, em que o parceiro, apóia visita, presta toda a assistência a Mulher, inclusive assume no lar o papel de pai/mãe.
Porém, a maioria, ou nunca mais retorna, ou com o tempo vai se esquivando até o total esquecimento e abandono.
A falta de trabalho, também afeta de forma problemática, pois muitas dependem da ocupação não só para saírem da ociosidade, mas com uma atividade, adquirem capacitação profissional, ganham remissão de pena e o mais importante e necessário, conseguem oferecer uma pequena fonte de renda para o sustento de sua família.
A falta de trabalho, também afeta de forma problemática, pois muitas dependem da ocupação não só para saírem da ociosidade, mas com uma atividade, adquirem capacitação profissional, ganham remissão de pena e o mais importante e necessário, conseguem oferecer uma pequena fonte de renda para o sustento de sua família.
A mulher na condição de presa tem remuneração? Qual o valor?
Sim. Deveria ser UM SALÁRIO MÍNIMO aproximadamente, respeitando assim a CLT, que sempre trouxe uma série de benefícios às unidades prisionais, as internas e principalmente a sociedade. No entanto, atualmente, poucas empresas estão dispostas a oferecer trabalho, e as reeducandas, que não conseguem uma atividade remunerada, trabalham com bordados, crochês, ou são “faxinas” e o fazem em compensação da remissão da pena.
Remissão de Pena
A remissão de pena é a diminuição dos dias a serem cumpridos, ou seja, a cada três dias trabalhados equivale a um dia a mais de pena já cumprido.
*Nota:- Por Elizabeth Misciasci - O texto pode ser copiado, reproduzido, acrescentado em teses, artigos e tccs, trabalhos, pesquisas, desde que não seja alterado, nem mudado o teor e mencionada a autora, endereço e fonte.
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