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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

*Criminalidade Feminina




Elas no Crime


Uma grande parte das Mulheres que ingressam no Sistema Prisional Feminino carrega consigo reflexos negativos, como por exemplo: - Crises Emocionais, resultantes de experiências vivenciadas sofridas e diversificadas.
Entre estas, há um percentual considerável de Mulheres Encarceradas, no País, com comprometimentos emocionais, e, sérias sequelas.

Consequências adversas,
resultantes de barbáries, reviventes de condições impensáveis... Enfim, situações inenarráveis, que se dá em virtudes circunstanciais de natureza gravíssima!*Nota Breve:
H
istórico de Violências Sofridas -
Sendo:
*
*Algumas nos próprios lares, vítimas de maus-tratos, abusam de todas as naturezas, bem como incitação ao uso, consumo de drogas ilícitas (própria, ou de familiares, e terceiros).
Indizivelmente, sendo em grande escala, práticas traumáticas, sofridas, choradas e adquiridas, “por elas” que entre outros tantos: -

*- Pela obrigatoriedade, terror e medo, que forçosamente, viabilizam
“concessões e facilidades”;

*- Em razão de direcionado discurso, repleto de manifestação que propõe reflexão, a fim de advertir, alertar, comunicar, sobre possíveis inseguranças, conhecidas desconhecidas.

*- Que possa ou não, ter sua veracidade, podendo, contudo, ofertar credibilidade, atentando-se:

*-Fato de estar sendo foco ou não de ameaças, pressão e/ou opressão...

*- induzindo o acesso e checagem com integração à divulgação por nossos veículos enviados e distribuídos.

*- Encaminhamento de maneira ágil, facilitando o acesso às notícias e, possibilitando de desconhecimentos, em razão das inobservâncias, quanto às possíveis consequências, necessidade de exercitar possibilidades variadas e legalmente inadmissíveis.

Relatos retratados por confidencias e desabafos que focam Históricos de violências sofridas...
*Violências estas, abrangentes, onde algumas ocorrências:


- Deram-se nos próprios lares,
- Tornando algumas, vítimas de maus-tratos...
- Submetidas a abusos de todas as naturezas,
- bem como incitação ao uso, consumo de drogas ilícitas (própria ou de familiares, e terceiros).

Considerações:
Obviamente que tais fatores, não significam que estas situações, possam ser consideradas como as grandes responsáveis pela criminalidade ou pela entrada da mulher no sistema prisional.

Endossar dando veracidade a tal afirmação seria informação absurda, inviável e comprometedora, o que não diz respeito a nossa forma de trabalhar, agir e exercer nossos papeis com respeito e ética.

Uma vez que, ignorar a trajetória de uma parte imensa e extensa de mulheres que viveram e vivem em condições extremas, vitimadas pelas mais intensas historias que reúnem violências, abandono, isolamento, miserabilidade, e agressão em um único contexto, e nem por isso, delinquiram, ou entraram para o mundo do crime.
Por: *Elizabeth Misciasci
Podemos entender é que a condição de pessoa presa, tanto pela impossibilidade de ir e vir, sob uma “assistida, estreita e limitada liberdade”, quanto pelas arbitrariedades, abusos e sevícias que ocorrem muitas vezes até mesmo dentro de determinadas unidades prisionais, (em situações específicas, esporadicamente ocasionadas até pelas próprias apenadas entre si), constitui mais um elo contínuo e sequêncial de múltiplas violências, que acabam delineando a trajetória de uma parte da população feminina. Isto, sem entrar no mérito físico, que trata das péssimas condições de moradia, falta de trabalho, desestrutura quanto ao acolhimento, enfim.
Castigadas por este contexto primitivo e impetuoso, que se traduz mediante escarmento, extensamente em contínuas agressividades, muito mulheres se adéquam. Uma vez que, sem pressupor a possibilidade de outra forma de vida, transformam-se em protagonistas, vítimas de historias perversas, que atravessam o tempo e suas etapas “costumeiramente normais” (que seriam normais, se fossem em outras circunstâncias) seguindo um fluxo “natural” (natural apenas sob uma sequelada e ingênua ótica), mas, que, no entanto, atipicamente, sobrepõe à regra...
Restando somente às protagonistas, vivenciar esperançosos os episódios dessa trama, onde cada ato exige plena coragem de suas personagens para que, vivam e sobrevivam aos próximos capítulos, escritos por mãos impiedosas, onde o crudelíssimo é um constante e definitivo pano de fundo.
Amordaçada nesta corrente, perpetuando fereza no longo trajeto, iniciado ainda no útero materno. Atravessando a infância, a adolescência, à juventude, precocemente vitimando a menina, pela agressividade persistente no seio familiar, sendo continuamente ferida com a brutalidade capaz de arrancar gotas de sangue derramando-as pela estrada da vida; seguindo a um atípico casamento, envolto numa falsa redoma, capacitando desumanamente o aprisionar, que tornou refém, a jovem noiva, foi transformando um contexto, caracterizando o circulo inescrupulosamente vicioso...

Um ciclo de violência, que por natureza, comprovadamente inserida pela existente aptidão ou poder de atração, para tornar-se companheira da fatalidade, chegando finalmente às tradicionais e até então (na ocasião) barbáries praticadas por policiais, ofertando mais elos capazes de aumentar a inquebrável corrente da dor, dando-nos a convicção que essa, se completaria na inclusão penitenciária.

Proporcionando-nos a crença, que este processo formado pelo circulo vicioso, certamente persistiria, acentuando-se nas galerias dos cárceres...
Porém, sinalizando que muito provavelmente o recomeço numa nova história, onde estando fora das grades e distante o bastante das muralhas, não era atestado em garantias de que as agressividades vividas por aquela vida, já tão marcada pelo sofrimento e perversidade, não estaria fugaz das adversidades, nem tão pouco, tornaria improvável que este severo círculo vicioso, predestinado atroz, que perseguindo insistentemente a fim de proporcionar muito mais que um padecimento, se findaria.

E assim foi como prenunciado...

O ciclo de violências, (já pressentido e preocupante) recomeçou, desdobrando-se, tal qual antecipadamente prognosticamos. Porém, com o pernicioso agravante de ser habilidoso e apto para estabelecer mais um elo, conseguinte, capaz de compor inúmeros e variados problemas na vida das egressas e ex-reducandas.

Buscando chamar a atenção para a manutenção da população prisional feminina, que por ser muito pequena se comparada à masculina, nunca mereceu, ou recebeu uma atenção específica. A despreocupação de órgãos responsáveis, e do Poder Público, se arrastou e nunca antes, havia se voltado o olhar para a mulher encarcerada.
Sobrando à esta, o descaso, a discriminação, (inclusive dentro da própria comunidade, o pouco voluntariado voltado para a mulher reclusa...) e o abandono extensivo, também do Estado Maior, como elemento desumano e despreparado para com sua prisioneira.

Até então, não se percebia pessoas efetivamente preocupadas em compreender ou contribuir para que a realidade pudesse ser outra, menos indigna.
Assim, os motivos e circunstâncias em que mulheres praticavam crimes se limitavam apenas ao interesse de poucos, (como matéria) á estudos e pesquisas catedráticas.
Ajuda e Empenho... Dificilmente Encontramos!

*Ajuda - no sentido de prevenir a criminalidade feminina,
*E
mpenho
- para que possamos manter e ampliar projetos, projetos estes
especificamente para serem direcionadas as mulheres nas condições de pessoas presas.
Esta é uma realidade que vamos tentando mudar, acreditando na efetiva
colaboração, e Melhorias práticas de fato e de direito para as nossas reeducandas, em seu
Ambiente Carcerário
Por inúmeras vezes, fui muito questionada por pessoas das mais variadas áreas profissionais e classes sociais também diversificadas.
**A questão surpreendentemente abordada:**

- Se o ambiente carcerário, é/seria apenas um meio artificial que não permitiria de fato reabilitar a pessoa reclusa.(?)

Assim sendo, com uma opinião não tanto particular, mas sempre deixando claro ser meu ponto de vista. Assim fiz, aliás, é como sempre faço! Minhas colocações, mesmo tendo quem discordasse e discorde, de algumas opiniões. Pois, ainda é esta a minha forma de pensar, e agir, pois é assim que atuo, idealizo, luto e acredito.
Falo, embasada em fatos reais, inclusive, buscando atualizar informações e minhas publicações. São as práticas (não teorias) que me alimentam de notícias e me nutrem para cada vez mais, saber lidar com as mais complexas situações, as tão diferentes pessoas e as especificidades que envolvem conduta carcerária, vínculos familiares, andamentos processuais, enfim.


Afirmar que o ambiente carcerário é um meio artificial que não permite reabilitar pessoa reclusa, sob meu parecer, não é de forma alguma uma afirmativa que pode ser aceita.Mesmo porque, além do fato de cada caso ser um caso isolado, há a personalidade de cada ser humano que se diferencia e unidades bem estruturadas.

Como Jornalista, Humanista, pesquisadora, enfim, atuando diretamente no sistema prisional, com funcionários, diretorias e principalmente com reeducandos, tenho condições de falar com certeza sobre o Sistema Carcerário, por total conhecimento de causa.

Assim como em todas as empresas, as instituições familiares e os mais diversos setores da vida, há regimentos, normas e regras à serem seguidas. É pela existência dessas regras, colocadas em prática, que favorece de maneira positiva o núcleo, provocando a responsabilidade da pessoa em situação de prisão, que em virtude da exigida pontualidade, vão se moldando também sob este prisma.
Essa preocupação demonstrada por quem esta privado da liberdade de ir e vir, é surpreendente, uma vez que, para a maioria da população carcerária, ter um compromisso diário, com comprometimentos regulamentados, e horários a serem honrados, é bem mais significativo do se possa pressumir.
Além da motivação provocada, que não é exigencia cobrada em função de posturas, condutas, proceder ou pelo artigo, ou delito praticado, mais sim, pela conduta responsável em honrar a obrigação contratada.
O fato de ter um(a) reeducando(a) o compromisso contínuo, importante, sendo oportunizado para poucos, e obrigando a se apresentar com pontualidade, além de atribuir missão conceituada como importantíssimo, vai inserindo e incentivando, o respeito e a disciplina.
Pode parecer "tão pouco" ou uma "bobagem sem proveito a ser utilizado!, mas, é por este detalhe, quase nunca observado ou comentado, que a grande massa, adquire mais uma aprendizagem, capaz de moldá-lo, a fim de atrair atenção pelo cotiadiano e compromissos "agendados".em seus dia-a-dias inclucando, e beneficamemnte inserindo o ser segregado, mais disciplinar siga de forma organizada, tranqüila e funcional, o que chamo de organização operacional.
Claro que cada seguimento, seja ele profissional, pessoal, ideológico, enfim, existem princípios e normas disciplinares que mesmo diversificadas, são necessárias. No mundo ‘entre grades’, estas normas não são diferentes e nem poderiam ser, pois é dentro do ambiente carcerário que se procura educar ou reeducar um indivíduo. Razão até pela qual, são mantidos regimes disciplinares rígidos e até os mais severos, como as Penitenciárias Federais de Máxima Segurança.
Educação capacitação e Reabilitação
A Educação assim como o trabalho é mais um aspecto fundamental para a capacitação, profissionalização e reabilitação da pessoa presa. Muitos dos que adentram os presídios para o cumprimento de pena, mal sabem ler ou escrever e dentro do próprio cárcere, concluem seus estudos e adquirem seus certificados, o que resulta de forma positiva e incentivadora, pois muitos não tiveram na rua, esta oportunidade.
O efeito que a Educação pode provocar no indivíduo recluso, já demonstrou ser tão benéfico e fundamental, que hoje, temos vários sentenciados, cursando Universidades e voltando para o presídio após as aulas, o que se torna para muitos uma vida menos problemática e com maiores probabilidades de recomeçar a nova jornada, após o cumprimento da pena.

Outro f
ator que se destacada sendo de máxima valia para a Reabilitação, esta no bom funcionamento de uma Unidade prisional. Propiciando projetos e possibilitando a integração, do todo; seja para a realização eventos, os trabalhos desenvolvidos, (como oficinas culturais, laboratórios).
Pois os projetos sociais e culturais, ensinos religiosos, e empresas, fazem a grande diferença, para a pessoa privada de liberdade. Já que as empresas, oferecem emprego, e capacitam profissionalmente. Enquanto Indubitavelmente, a arteterapia, os projetos e a religião, estimulam, disciplinam e moldam um ser segregado, ofertando tudo para que a pessoa encarcerada encontre um norte e possa se reabilitar dentro da realidade, no mundo extra grades.
Sempre busquei atuar com disciplina e ética, através da minha doação humana, plena, intensa, e dedicada, mantendo o olhar voltado para tudo e paratodos. tentando prestar minha pequenina contribuição à sociedade, que desenvolvo por tanto tempo e de forma voluntária os trabalhos nos cárceres.

e é através destes 25 (vinte e cinco longos anos de intensas emoções, desgastantes situações, degradantes constatações, e decepcionadas lágrimas que em sigilo, silêncio, e silenciando, derramei e tanto derramo...), mas, é também através dos trabalhos que desenvolvo de maneira íntegra, que laços inquebráveis foram firmados e me são raros e preciosos, onde movida de esperanças, crenças e idealizações, sou sonho contínuo... Crédula dedicada e entregue aos desafios que tornam possíveis e bem aventuradas as Realizações! Permanecendo Indiferente ás ofensas, às leigas opiniões e ignoráveis descriminações! Sou feita coração, e assim, caminhando, trilho por estradas paralelas, carregando o especial poder do discernimento, a riqueza da aprendizagem que é a preciosa propriedade intelectual adquirida, e, onde permissiva afirmo segura e orgulhosa a experiência adquirida, vindas inclusive os com retornos impagáveis, pela aptidão da vivida e que ainda vivo desde que passei a atuar em cárceres com o voluntariado em 1987.
*Nota:- Por Elizabeth Misciasci - O texto pode ser copiado, reproduzido, acrescentado em teses, artigos e tccs, trabalhos, pesquisas, desde que não seja alterado, nem mudado o teor e mencionada a autora, endereço e fonte.

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