Uso de EEG modificado pode identificar indivíduos com maior risco de suicídio.
12/05/10 | Atualizado em 12/05/10
Nos últimos cinco anos, um número crescente de estudos tem apontado para o risco, mesmo que raro, de pensamentos suicidas que podem acompanhar tratamentos com antidepressivos.Atualmente, a monitorização cuidadosa é a única opção clínica, mas uma nova técnica, que mede e analisa a atividade elétrica do cérebro, pode prever que as pessoas possam ser mais suscetíveis ao suicídio induzida por antidepressivos.
Apesar de rara, a gravidade do risco de suicídio foi o suficiente para motivar a Food and Drug Administration (FDA) a colocar uma "tarja preta" de advertência nos rótulos de vários antidepressivos.
Para identificar indivíduos de alto risco, os pesquisadores do Laboratório de Cérebro, Comportamento e Farmacologia na Universidade da Califórnia estão usando uma abordagem chamada eletroencefalografia quantitativa (EEGq).
Os neurologistas usam freqüentemente EEG para diagnosticar doenças como a epilepsia ou lesões cerebrais. A inovação do EEGq é seu uso em conjunto com um algoritmo matemático para transformar os resultados em um mapa do atividade cerebral.
No EEG, o paciente usa touca de eletrodos colocados em vários locais em todo o couro cabeludo, cada qual mede a atividade elétrica proveniente do cérebro naquele ponto específico.
A pesquisa está usando este EEG quantitativo para determinar como os diferentes cérebros dos indivíduos respondem aos antidepressivos diferentes, tentando encontrar marcadores mais precoces que indicam se uma nova terapia seja eficaz.
Mas, além de eficácia, a pesquisa da psicólogo Aimee Hunter também está interessada nos efeitos colaterais, uma vez que estes muitas vezes aparecem muito antes que qualquer melhora no humor. Um dos efeitos colaterais pode ser a ideação suicida.
Imagem abaixo mostrando áreas com baixa atividade (maior risco de suicídio).
Um estudo anterior de Hunter mostrou que pacientes em uso de antidepressivos que indicaram um aumento da ideação suicida também mostraram uma diminuição drástica da atividade em uma região cerebral denominada córtex frontal médio-lateral apenas 48 horas após o início dos remédios, mas depois de uma semana, os dois grupos foram praticamente idênticos novamente.
Esta poderia ser uma evidencia de um prenúncio de resposta no futuro.
Outras técnicas que poderiam prever a resposta de um paciente aos antidepressivos são extremamente caros, e não práticas para o uso generalizado. Mas uma máquina de EEG é algo que cada médico, em especial o psiquiatra, poderia ter no escritório para quantidades relativamente pequenas de dinheiro.
Apesar de este estudo ser um passo na tentativa de personalizar o tratamento antidepressivo, ainda assim o agravamento da ideação suicida não é um evento freqüente, acontecendo em menos de 10 por cento das pessoas. Assim, serão necessários mais dados para conclusões.
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